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Volume de discurso de ódio e posts tóxicos cresceu no Twitter

Desde o anúncio da aquisição por Musk, perfis testam os limites da moderação de conteúdo

Plataforma está pior desde Elon Musk anunciou a compra do serviço

A chegada de Elon Musk ao Twitter parece ter piorado o ambiente da rede social. Um estudo da Digital Planet, uma iniciativa de pesquisa interdisciplinar da Escola Fletcher na Universidade Tufts, na grande Boston, em Massachusetts (EUA), revela que o volume de discurso de ódio e posts tóxicos aumentou desde a chegada do empresário.

Nos últimos meses, muitos perfis foram criados para testar os limites da moderação de conteúdo e passaram a espalhar insultos racistas, termos ofensivos e palavras depreciativas. As ações se intensificaram desde que Musk anunciou o acordo de aquisição do serviço.

De julho a outubro, os pesquisadores analisaram mais de 4,5 milhões de “tendências políticas” em publicações no Twitter sobre guerra civil, fraude eleitoral, assédio eleitoral e alegações de pedofilia ou aliciamento de menores. Segundo eles, houve aumento na quantidade de publicações extremistas e tóxicas desde o anúncio da aquisição pelo empresário.

Antes, as tentativas de combater a desinformação eram mais frequentes. Agora, parece ter havido aumento da liberdade de quem adota práticas nocivas. Para os estudiosos, extremistas e produtores de discurso de ódio têm buscado testar os limites do Twitter. Esse tipo de conteúdo leva a aumento da desinformação, disseminação de fake news e torna o ambiente cada vez menos amigável para os demais.

O levantamento aponta que a plataforma combate essas atividades. Com a chegada de Musk, entretanto, a diminuição do acompanhamento dessas ações foi agravada — especialmente pelo desligamento de cerca de 50% dos trabalhadores da companhia. O empresário afirma que a moderação não foi afetada pela dispensa de profissionais, mas na segunda-feira (7) tentou recontratar colaboradores relacionados a esse departamento.

Musk diz ser um defensor da total liberdade de expressão, desde que “dentro da lei” — mesmo que isso resulte em posts ultrajantes. “Há sinais claros de que as contas extremistas estão se tornando mais ativas pós-Musk”, dizem os pesquisadores.