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Justiça manda soltar mulher que furou enfermeira com agulha usada em bebê com HIV, em BH

Liberdade provisória foi concedida furante audiência de custódia realizada em BH

Agressão ocorreu durante o trabalho

A mulher que furou a mão de uma técnica de enfermagem com uma agulha usada em um bebê soropositivo não vai continuar presa. Em audiência de custódia realizada nessa terça-feira (30), em Belo Horizonte, a juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto concedeu liberdade provisória à mulher, de 25 anos, mãe do bebê.

A agressora terá que cumprir as seguintes medidas cautelares: comparecimento periódico em juízo para informar e justificar suas atividades; proibição de se aproximar da vítima (mantendo distância mínima de 500 metros); proibição de fazer contato com a técnica de enfermagem (inclusive por meios eletrônicos, como Telegram e WhatsApp); proibição de se ausentar da comarca de Belo Horizonte por prazo superior a 30 dias, sem prévia autorização judicial; compromisso de manter seu endereço atualizado; e dever de comparecimento a todos os atos do inquérito e da ação penal que vier a ser instaurada.

A agressão ocorreu na madrugada de segunda-feira (29), no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, durante um procedimento de coleta de sangue.

A profissional, de 53 anos, disse em entrevista à Itatiaia que está desesperada diante do risco de ter sido contaminada.

“Foi detectado, durante o exame de sangue dessa criança, que ela deu reagente para HIV. Diante disso tudo, estou passando por essa situação de desespero. Fui contaminada por uma agulha que já estava dentro da criança e agora vou ter que fazer acompanhamento por 29 dias, tomando o coquetel para não desenvolver o vírus da Aids”, relatou a técnica.

O Hospital Infantil João Paulo II fica no bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A servidora atacada questionou a falta de segurança no local e a ausência de acolhimento da direção do hospital. Segundo ela, agressões vindas de pacientes e seus parentes são comuns na unidade de saúde e pouco é feito para coibi-las.

“A gente não tem suporte para divulgar essas agressões. Não temos apoio no local de trabalho, não temos apoio da chefia, é muito pouco. Poucas pessoas se preocupam com a gente e nos ajudam a levar em frente essas informações. A gente fica muito desassistido. Mesmo pessoas que estão vendo o que está acontecendo, na hora de apurar os fatos, saem e nos deixam sozinhas”, desabafou.

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.
Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.