A Justiça decretou a prisão preventiva de Rodrigo Caldas Fonseca, policial penal de 45 anos que
De acordo com a juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto, a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do agressor se dá por “envolver o fato a prática de atos extremos de violência em decorrência do sexo feminino da vítima, fatal”.
Ela apontou, ainda, que os relatos do Auto de Prisão em Flagrante Delito “evidenciam com clareza a brutalidade das lesões corporais que foram, em tese, as causas da morte da vítima, por estrangulamento e golpes contundentes no tórax, rosto, pernas e braços, além da presença de fortes indícios do agressor ter agido com animus necandi (intenção de matar), especificamente em virtude da condição da vítima ser do sexo feminino, revelando-se a violência decorrente do gênero”.
Rodrigo Caldas não participou da audiência de custódia, por sua situação de saúde, já que se encontra internado no Hospital João XXIII após tentar tirar a própria vida. Ele foi representado por um defensor público. Porém, a juíza entendeu que sua ausência não gerou prejuízo. Ela apontou, ainda, que o autor será ouvido assim que tiver condições de saúde para tal.
Polícia precisou ‘parar’ agressor
De acordo com a Polícia Militar (PM), a ocorrência começou quando o tio do policial contou que recebeu uma ligação do sobrinho confessando o crime e dizendo que também iria se matar. Assustado, ele acionou imediatamente a corporação.
A decisão judicial apontou, ainda, alguns detalhes da prisão do autor. Consta que ao chegarem no apartamento onde ocorreu o crime, os policiais precisaram arrombar a porta, que estava trancada.
Lá dentro, encontraram Rodrigo armado de uma faca e a mulher caída no chão de um quarto. Os agentes informaram que ao ver os policiais, o homem correu para o mesmo cômodo onde a vítima estava e passou a desferir facadas contra si próprio. Em seguida, avançou contra a equipe da PM com duas facas em punho.
Neste momento, os policiais utilizaram a pistola AIN (arma de incapacitação neuromuscular, semelhante a uma “arma de choque”) para pararem o agressor mantendo sua integridade física.
Prisão em flagrante e prisão preventiva
Enquanto a prisão em flagrante é voltada a impedir a fuga do criminoso, a continuidade da prática criminosa ou a garantia da ordem pública, e não necessita de ordem judicial, durando 24h, até a audiência de custódia, a prisão preventiva visa evitar que o réu cometa novos crimes, atrapalhe a investigação ou fuja e tem tempo de duração maior. Neste caso, possui prazo prescricional de 20 anos.
Rodrigo Caldas confessou o crime
De acordo com a Polícia Militar (PM), um tio do policial contou que
Casal teria consumido álcool antes do ocorrido
Leonardo Alves de Sousa, de 48 anos, cunhado da vítima, contou à Itatiaia que o casal consumiu bebida alcoólica horas antes do ocorrido. “Como eles estavam tomando cerveja, eu mandei mensagem perguntando se eles haviam chegado em casa, mas ninguém respondeu”, disse.
O familiar lamentou a morte. “Infelizmente não tenho nem muito o que falar, não acho as palavras, mas eu quero que a justiça seja feita nesse caso”, disse.
Priscilla foi morta por asfixia mecânica e traumatismo craniano
Familiares revelaram à Itatiaia que o laudo apontou que
Priscila se queixava de ‘possessividade’ de Rodrigo
A irmã de Priscilla Mundim, Fabíola Mundim, relatou que sentiu um ‘ciúme extremo’ por parte de Rodrigo Caldas.
Priscilla e Rodrigo foram à casa de Fabíola e do marido, Leonardo, na sexta-feira (15), um dia antes do crime. Lá ambos relataram que o policial penal demonstrou muito ciúmes da namorada. Em um certo momento, Fabíola contou que conversou com a irmã sobre a possessividade do policial.
“Na sexta-feira eles estavam lá em casa e eu senti um ciúme extremo da parte dele. E ela virou para mim e falou assim: ‘Fa, vem aqui comigo’.
Foi nessa hora que as duas se despediram e o casal foi embora. O marido de Fabíola, Leonardo Alves de Sousa, contou à imprensa que a esposa havia dito para que Priscilla dormisse na casa da mãe naquela noite em vez de ir à casa do namorado.
Fabíola relatou que estava muito preocupada e que no sábado pela manhã começou a ligar para a irmã, que não atendia. Ela e o marido, então, decidiram ir ao local. Rodrigo não atendia ao casal na porta e, quando atendeu a uma ligação de Leonardo, disse que havia ‘feito m****'.
Afastado, de férias ou trabalhando normalmente?
A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou, em nota, que o policial penal Rodrigo Caldas, de 45 anos, estava
Segundo Leonardo, cunhado de Priscilla, Rodrigo dizia que estava trabalhando normalmente e que estaria envolvido, inclusive, no caso do
Fontes da polícia penal também disseram à Itatiaia que Rodrigo Caldas trabalhava normalmente nos dias que antecederam o crime, contrariando a versão da Sejusp.
Além disso, Rodrigo dava outra versão para os familiares de Priscilla: que estava de férias-prêmio, um benefício dado a servidores públicos.
A Itatiaia entrou em contato com a Sejusp sobre as