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Policial penal suspeito de matar a namorada: versões da família e fontes contestam Sejusp sobre afastamento

Policial penal Rodrigo Caldas, de 45 anos, é o principal suspeito de matar Priscilla Azevedo Mundim

Priscilla Mundim e Rodrigo Caldas

A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou neste sábado (16), em nota, que o policial penal Rodrigo Caldas, de 45 anos, estava afastado da corporação por motivos psiquiátricos desde 2024. Porém, não era isso que ele dizia para a família de Priscilla Azevedo Mundim, de 46 anos, sua namorada. Caldas é o principal suspeito de matá-la.

O casal estava junto há aproximadamente cinco meses, segundo Leonardo Alves de Sousa, cunhado de Priscilla. Ele relatou à imprensa que Rodrigo dizia que estava trabalhando normalmente e que estaria envolvido, inclusive, no caso do gari morto em Belo Horizonte, que teve grande repercussão.

Fontes da polícia penal também disseram à Itatiaia que Rodrigo Caldas trabalhava normalmente nos dias que antecederam o crime, contrariando a versão da Sejusp.

Além disso, Rodrigo dava outra versão para os familiares de Priscilla: que estava de férias-prêmio, um benefício dado a servidores públicos.

A Itatiaia entrou novamente em contato com a Sejusp sobre as versões e aguarda retorno.

Policial é suspeito de matar a namorada

Rodrigo Caldas é o principal suspeito de matar Priscilla Azevedo Mundim na madrugada de sábado (16), em um apartamento no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste de Belo Horizonte.

A mulher foi encontrada já sem vida dentro do apartamento. Já Rodrigo tentou tirar a própria vida com uma facada na barriga e foi encaminhado por policiais ao Hospital João XXIII.

Testemunhas que estavam em um bar próximo ao prédio do casal contaram que ouviram uma briga no apartamento pouco antes do crime.

Velório

O corpo de Priscilla começou a ser velado às 11h deste domingo (17) e seguirá até as 15h, no Cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, região Oeste de Belo Horizonte.

Familiares revelaram à Itatiaia que o laudo apontou que Priscilla foi morta por asfixia mecânica por constrição e traumatismo craniano contuso, ou seja, ele a enforcava e batia a cabeça dela ao mesmo tempo.

Ciúme excessivo

Fabíola Mundim, irmã de Priscilla, contou à imprensa que sentiu um ‘ciúme extremo’ por parte de Rodrigo. Ela chegou a conversar com a irmã, que afirmou estar se sentindo sufocada.

“Na sexta-feira eles estavam lá em casa e eu senti um ciúme extremo da parte dele. E ela virou para mim e falou assim: ‘Fa, vem aqui comigo’. Fui no quarto da minha filha com ela e ela falou: ‘Eu não tô aguentando. Ele tá me sufocando, ele tá muito possessivo’. Eu falei: ‘Sai fora, você não precisa disso’.”, relatou Fabíola.

Ela teria recomendado que a irmã fosse dormir na casa da mãe, em vez de dormir com o namorado.

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Atitudes suspeitas antes do crime

O cunhado de Priscilla, Leonardo Alves de Sousa, contou durante o velório que o casal foi até a casa dele na sexta-feira (15). Segundo o cunhado, a família não sabia de algum histórico de agressões, mas percebiam que ele era ciumento. “Na sexta-feira, ela fez uma selfie. E aí ele falou comigo: ‘Léo, a Priscilla fez uma selfie, mas eu não estou na selfie. E ela posta tudo dela, mas não posta nada comigo’. Eu falei com ele: ‘Rodrigo, olha o Instagram da sua namorada, o que mais tem lá é foto sua com ela’”.

“E em uma outra oportunidade, a gente é atleticano e ele cruzeirense. E ela fez uma brincadeira, em questão de time. E aí ele ficou um pouco alterado, e aí eu entrei e falei: ‘Opa, você está muito carregado’. [Ele disse:] ‘Ah, mas você ia gostar, cara?’. [Eu respondi:] ‘Cara, espera aí, vamos ter equilíbrio’”, relatou.

Tudo isso aconteceu na sexta-feira (15), um dia antes do crime.

Já no sábado (16), a família tentou contato com Priscilla, mas não conseguiu. Leonardo e a esposa, então, foram na casa de Rodrigo para tentar contato com ele.

‘Chame a polícia que eu fiz m****'

Ao chegar no local, Leonardo e a esposa perceberam que o carro de Rodrigo estava na garagem, mas não atendia. Eles, então, pediram a uma moradora que deixassem eles entrar. O casal bateu na porta da casa de Rodrigo, mas novamente não foram atendidos.

Leonardo, então, ligou para Rodrigo. Dessa vez ele atendeu e recomendou que a polícia fosse acionada. “Quando ele atendeu [a ligação], ele falou nessas palavras: ‘Irmão, chame o 190 que eu fiz m****'", contou Leonardo.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.