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Mulher assassinada por policial penal em BH: o que sabemos sobre o caso

Rodrigo Caldas matou sua companheira Priscila Azevedo e tentou tirar a própria vida

Priscilla Mundim e Rodrigo Caldas estavam em um relacionamento há cerca de cinco meses

O policial penal Rodrigo Caldas, de 45 anos, é o principal suspeito de matar a companheira, Priscila Azevedo Mundim, na madrugada desse sábado (16), no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste de Belo Horizonte. Após cometer o crime, o homem teria tentado tirar a própria vida.

O casal estava junto há aproximadamente cinco meses. Priscilla foi encontrada por policiais já sem vida. Rodrigo, por sua vez, foi socorrido ao Hospital João XXIII após tentar tirar a própria vida com uma facada na barriga.

Priscila deixou dois filhos de outro relacionamento, um jovem de 22 anos e uma menina de 11.

A Itatiaia elenca, agora, o que já se sabe do caso.

Rodrigo Caldas confessou o crime

De acordo com a Polícia Militar (PM), um tio do policial contou que recebeu uma ligação do sobrinho confessando o crime e dizendo que também iria se matar. Assustado, ele acionou imediatamente a corporação, que se dirigiu ao local.

Autor tentou se matar com golpes de faca

Quando os militares chegaram ao local do crime, encontraram a mulher já sem vida e o policial com ferimentos na barriga provocados por golpes de faca. Ele foi socorrido e levado a um hospital. Testemunhas de um bar próximo ao prédio do casal afirmaram ter ouvido uma briga no apartamento momentos antes do crime.

Rodrigo Caldas foi encaminhado por policiais militares ao Hospital João XXIII, onde permanece internado.

Casal teria consumido álcool antes do ocorrido

Leonardo Alves de Sousa, de 48 anos, cunhado da vítima, contou à Itatiaia que o casal consumiu bebida alcoólica horas antes do ocorrido. “Como eles estavam tomando cerveja, eu mandei mensagem perguntando se eles haviam chegado em casa, mas ninguém respondeu”, disse.

O familiar lamentou a morte. “Infelizmente não tenho nem muito o que falar, não acho as palavras, mas eu quero que a justiça seja feita nesse caso”, disse.

Priscilla foi morta por asfixia mecânica e traumatismo craniano

Familiares revelaram à Itatiaia que o laudo apontou que Priscilla foi morta por asfixia mecânica por constrição e traumatismo craniano contuso, ou seja, ele a enforcava e batia a cabeça dela ao mesmo tempo.

Priscila se queixava de ‘possessividade’ de Rodrigo

A irmã de Priscilla Mundim, Fabíola Mundim, relatou que sentiu um ‘ciúme extremo’ por parte de Rodrigo Caldas.

Priscilla e Rodrigo foram à casa de Fabíola e do marido, Leonardo, na sexta-feira (15), um dia antes do crime. Lá ambos relataram que o policial penal demonstrou muito ciúmes da namorada. Em um certo momento, Fabíola contou que conversou com a irmã sobre a possessividade do policial.

“Na sexta-feira eles estavam lá em casa e eu senti um ciúme extremo da parte dele. E ela virou para mim e falou assim: ‘Fa, vem aqui comigo’. Fui no quarto da minha filha com ela e ela falou: ‘Eu não tô aguentando. Ele tá me sufocando, ele tá muito possessivo’. Eu falei: ‘Sai fora, você não precisa disso’.”, relatou.

Foi nessa hora que as duas se despediram e o casal foi embora. O marido de Fabíola, Leonardo Alves de Sousa, contou à imprensa que a esposa havia dito para que Priscilla dormisse na casa da mãe naquela noite em vez de ir à casa do namorado.

Fabíola relatou que estava muito preocupada e que no sábado pela manhã começou a ligar para a irmã, que não atendia. Ela e o marido, então, decidiram ir ao local. Rodrigo não atendia ao casal na porta e, quando atendeu a uma ligação de Leonardo, disse que havia ‘feito m****'.

Afastado, de férias ou trabalhando normalmente?

A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou, em nota, que o policial penal Rodrigo Caldas, de 45 anos, estava afastado da corporação por motivos psiquiátricos desde 2024. Porém, não era isso que ele dizia para a família de Priscilla.

Segundo Leonardo, cunhado de Priscilla, Rodrigo dizia que estava trabalhando normalmente e que estaria envolvido, inclusive, no caso do gari morto em Belo Horizonte, que teve grande repercussão.

Fontes da polícia penal também disseram à Itatiaia que Rodrigo Caldas trabalhava normalmente nos dias que antecederam o crime, contrariando a versão da Sejusp.

Além disso, Rodrigo dava outra versão para os familiares de Priscilla: que estava de férias-prêmio, um benefício dado a servidores públicos.

A Itatiaia entrou novamente em contato com a Sejusp sobre as versões e aguarda retorno.

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Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.
Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, trabalhou na produção de matérias para a rádio, na Central Itatiaia de Apuração e foi produtora do programa Itatiaia Patrulha. Atualmente, cobre factual e é repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
André Viana é jornalista, formado pela PUC-MG. Já trabalhou como redator e revisor de textos, produtor de pautas e conteúdos para rádio e TV, social media, além de uma temporada no marketing.
Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.