O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Sávio Almeida Machado, de 25 anos, acusado de ter espancado brutalmente Paulo André Amaro Vieira, de 32 anos, trabalhador e deficiente visual, que estava em um ponto de ônibus, no bairro Vila Oeste, região Oeste de Belo Horizonte, no dia 17 de agosto, um domingo. O autor está preso.
A
Sávio responderá por tentativa de homicídio triplamente qualificado, com os seguintes agravantes: motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido.
Além disso, o MPMG requer:
- Reparação por danos morais (mínimo de 100 salários mínimo);
- Reparação por danos materiais (mínimo de 50 salários mínimos), referentes às despesas médicas e correlatas da vítima.
O crime
Na ocasião, por volta das 7h, Sávio Almeida surpreendeu Paulo André, que esperava o ônibus para ir trabalhar, om socos, chutes e pedradas na cabeça. Ele não disse nada, apenas iniciou as agressões.
O MPMG relatou que, após deixar a vítima desacordada e indefesa, Sávio golpeou a cabeça da vítima por diversas vezes, primeiro com um pedaço de concreto e depois com mais chutes.
O promotor de Justiça, Leandro Sotero Santiago, classificou as atitudes de Sávio Almeida como “maldade, prazer da perversidade e do sadismo em causar dor e sofrimento, em total desprezo pela dignidade e vida humana”, além de “propósito moralmente repugnante”.
Ele apontou, ainda, a intenção do autor matar a vítima, ressaltando que as agressões só pararam por Sávio acreditar que a vítima já estivesse morta, pois estava desfalecida.
Sávio ainda gravou e publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que “matou um homem”.
Além disso, dois homens que teriam presenciado o crime estão sendo investigados por omissão de socorro.
Suspeito consumiu álcool e drogas antes do crime
Sávio Almeida Machado foi preso em flagrante e, segundo a Polícia Militar (PM), havia consumido álcool e drogas durante toda a madrugada.
Ele deu versões contraditórias para o crime: primeiro afirmou que a vítima teria mostrado o órgão genital, depois disse que ambos teriam discutido em uma festa — o que não procede, já que Paulo havia passado a noite em casa com a esposa. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva na audiência de custódia.
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Esposa relatou drama
Paula Meirelles da Mota Amaro, esposa de Paulo André, relatou, no último dia 5 de setembro, os momentos difíceis que a família atravessou:
“Meu marido estava indo trabalhar, aguardando o ônibus, quando o agressor, que é filho de uma amiga minha, veio por trás e o atacou covardemente. Ele já tem problema de visão, o que dificultou ainda mais a defesa. Quebrou quatro partes do rosto, a face, o maxilar, e precisou passar por uma traqueostomia devido ao sangramento. Também teve um edema cerebral muito grande”, contou.
Paula conta que foi chamada para socorrê-lo após as agressões: “Quando cheguei, encontrei meu marido no chão, engatinhando, todo ensanguentado, desnorteado, sem entender o que estava acontecendo. Esse homem o pegou na covardia. Ele estava alucinado de droga, confessou à polícia que usou droga e álcool a noite toda”, completou.