A Polícia Militar (PM) interditou, na tarde desta sexta-feira (10), um galpão onde bebidas alcoólicas eram adulteradas com substituição dos rótulos por outros de maior valor, em São José da Lapa, na Grande BH. Dois homens foram presos.
O galpão onde as bebidas estavam era bem estruturado, porém, havia enorme quantidade de lixo no local. Lá, foi encontrada soda cáustica, para auxílio na remoção dos rótulos, e grude, para a colagem de rótulos de maior valor, além de grande quantidade de cervejas. O ambiente era insalubre e havia péssimo cheiro. Veja o vídeo:
PM interdita galpão de adulteração de bebidas na Grande BH
— Itatiaia (@itatiaia) October 11, 2025
📲 Leia mais em https://t.co/ze8WN7uf0t
📹 Imagens cedidas à Itatiaia pic.twitter.com/Ndf0rrdR2v
Quando a polícia chegou ao local, os suspeitos tentaram fugir, porém, foram capturados a 1km do local. Eles confessaram o crime de substituição dos rótulos, mas não informaram de onde as cervejas vinham e nem para onde iriam. A polícia acredita que a distribuição seria feita nas cidades da Grande BH.
No local, em meio ao lixo, havia um fogão e colchões velhos. Por isso, a polícia acredita que o responsáveis pela adulteração das garrafas moravam no galpão.
As investigações continuam visando identificar possíveis outros membros da organização criminosa.
Presos alegaram estar em cárcere privado
A Itatiaia conversou com os dois homens presos na operação. Eles disseram ser da Bahia e alegaram estar no local há somente uma semana. Questionados, afirmaram que vieram a trabalho, por indicação dos amigos, mas não sabiam em que atuariam ao chegar em Minas Gerais. Além disso, disseram que foram mantidos em cárcere privado no local.
“Nós não trabalhamos ainda. O caminhão ficou parado do mesmo jeito. Não estávamos fazendo nada. Estávamos sendo mantidos em cárcere privado. Não podíamos sair nem fazer nada. Estávamos aqui dentro trancados desde que chegamos aqui”, disse um dos homens.
O outro suspeito afirmou que foi informado a eles que ficariam no local até uma carga chegar, porém, isso não ocorreu e ele seguiu trancado. Segundo ele, a pessoa que os teria mantido em cárcere privado os mandou fugir em caso de operação policial. O homem afirmou, ainda, que quem os mantinha preso levava comida para eles e que não tinham para quem denunciar a situação.
“Eles traziam a comida. A gente não tinha a quem questionar. Estávamos trancados aqui dentro sem poder fazer nada”, alegou.
Os homens afirmaram que não tinham passagem pela polícia e durante a entrevista pediram “um pouco de água”.
A versão dos homens não convenceu a PM.
Espaço era alugado e dono se disse surpreso
O proprietário do galpão afirmou à reportagem da Itatiaia que alugou o galpão achando que lá funcionaria uma empresa de logística que faria o armazenamento e distribuição de produtos como bebidas e enlatados.
“Aluguei para uma pessoa física, conferi todos os dados dele, não tinha antecedentes, declaração de Imposto de Renda em dia, endereço fixo. Pode ser que sim (um laranja). Para mim era uma pessoa correta, pagou o aluguel sempre em dia”, afirmou ele, que se disse surpreso com a situação e que a pessoa para quem alugou o espaço não estava entre os dois presos.