A morte suspeita de intoxicação por metanol investigada em Minas Gerais foi registrada em Ipatinga, no Vale do Aço.
De acordo com o Ministério da Saúde, outras 11 mortes seguem em investigação no Brasil: uma no Ceará, uma no Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco e seis em São Paulo.
Até agora, 246 registros foram feitos no Brasil. Entre eles:
- 29 casos foram confirmados
- 217 estão em investigação
- 249 suspeitas foram descartadas.
Cinco mortes foram confirmadas em São Paulo. De acordo com o boletim, o estado de São Paulo está investigando 160 notificações.
Em seguida, aparecem Pernambuco com 31 suspeitas, Rio Grande do Sul (4), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Rio de Janeiro (3), Espírito Santo (3), Goiás (2), Alagoas (1), Bahia (1), Ceará (1), Minas Gerais (1), Rio Grande do Norte (1) e Rondônia (1).
Prefeitura de Ipatinga se pronuncia
Em nota, a prefeitura de Ipatinga informou que:
“Não há, até o momento, confirmação de intoxicação por metanol no caso mencionado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
O paciente, um homem de 26 anos, não era morador de Ipatinga. Ele foi encaminhado à UPA local pelo SAMU de Açucena, na noite de 8 de outubro, com crises convulsivas e alteração de consciência.
Vale ressaltar que foram adotados todos os protocolos clínicos de emergência e o caso foi comunicado ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox/MG), que orientou a equipe médica.
Apesar dos esforços, o paciente veio a óbito na madrugada do dia 9. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), que investigará a causa da morte.
A Prefeitura reforça que não há indícios de surto ou risco coletivo relacionado ao consumo de bebidas adulteradas em Ipatinga e reitera seu compromisso com a transparência e a informação responsável à população.”
É possível identificar o metanol pelo gosto?
De acordo com o professor de Química da Faculdade Ibmec, em Belo Horizonte, Paulo Henrique Tavares, nas bebidas destiladas é praticamente impossível identificar a adulteração apenas pelo paladar. “Quando falamos de cachaça, gin ou vodka, é muito difícil perceber, porque elas já têm uma quantidade alta de etanol. Já em bebidas como cerveja, e principalmente nos refrigerantes, essa alteração seria notada logo no primeiro gole.”
Preço baixo também pode ser sinal de alerta
O professor também chama atenção para o valor das bebidas como um possível indício de fraude. “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”, brinca. “Essas pessoas, por lidarem com produtos clandestinos e sem pagar impostos, conseguem oferecer preços que quem trabalha de forma regular e fiscalizada jamais conseguiria. O preço muito abaixo do normal deve acender um sinal de alerta.”, explica o professor.