O padeiro responsável pela produção da torta de frango se apresentou à polícia na tarde dessa quarta-feira (23), negou que tenha cometido qualquer crime e revelou que a própria família comeu o alimento. A padaria Natália, que fica no bairro Serrano, região da Pampulha de Belo Horizonte, foi interditada pela vigilância sanitária
O trabalhador, que tem 55 anos e pediu para não ser identificado, contou à Itatiaia que ficou sabendo sobre o caso pela imprensa e procurou a Polícia Civil imediatamente, de maneira espontânea. “O patrão mesmo tá me acusando, né? Ele tá me acusando que foi eu que envenenei. Vou envenenar pessoas que eu nem conheço. Com qual sentido isso?”, disse
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“O processo da torta é farinha de trigo, manteiga, sal, ovo e leite na massa. E o recheio é cebola, água, um pouco de farinha para dar uma engrossada, e frango desfiado. E o frango foi cozido no dia”, garantiu, que completou. “Eu trouxe uma torta, tá anotado até no caderno lá. Minha família comeu, minha filha de 5 anos comeu, minha mulher comeu, minha sogra comeu, eu comi e ninguém passou mal. Não teve nada”, garantiu. “Eu tô rezando, porque não quero que eles morram. Só que estou com a minha consciência tranquila, porque eu não coloquei veneno nenhum”, acrescentou.
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O padeiro disse ainda que não houve nada de anormal durante a manipulação dos ingredientes e que o local de preparação não fica perto de nenhum produto que possa causar envenenamento.
“Não caiu nada. Só que tem que o seguinte: faço, vai para o congelador depois que esfriou a turma das balconistas da manhã, pega, tem um outro que pega e chega o outro mexe no freezer. Então, já não tenho mais controle”, explicou.
O padeiro confirmou ainda que trabalhou durante uma semana na padaria e que o proprietário não tinha os contatos dele. “Não tinha meu contato. Ele não pegou meu contato, não pegou meu endereço, não pegou nada. Trabalhei lá uma semana praticamente. Comecei na sexta e parei sábado, sem trabalhar o feriado”, disse.
O trabalhador negou ainda que tenha prometido vingança após brigar com a esposa. A possibilidade foi levantada por alguns colegas da padaria.
“Não teve nada disso. É conversa que eles estão inventando, entendeu? Isso é a balconista lá que tá inventando essa conversa, entendeu? Realmente discuti com a minha esposa por telefone, mas não falei nada disso. E mesmo assim, já pensou se todo mundo que discutir envenenar os outros? O que eu ia ganhar com isso?”, questionou.