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Foragido há 10 anos, falso médico preso no RJ trabalhou em duas cidades de MG

Bruno Scott furtou diploma de curso de medicina e identidade do ex-companheiro; Ele deve responder por exercício ilegal da profissão, falsidade ideológica e falsa identidade

O falso médico Bruno Scott, preso neste sábado (22), na Zona Sul do Rio de Janeiro, atuou, em 2014, em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de São João Del Rei, e no Hospital São Vicente de Paula, em São Tiago, ambos em Minas Gerais.

Foragido há mais de dez anos, Bruno foi preso neste sábado (22), em Copacabana, por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica e falsa identidade. Segundo a polícia, ele furtou o diploma e a identidade do ex-companheiro, que é clínico geral em São Paulo, após o término do relacionamento.

O acusado alterou a fotografia do documento, assumindo a falsa identidade do médico paulista. O corpo técnico do Hospital São Vicente de Paula suspeitou de sua qualificação logo em seu primeiro plantão. “Já no seu primeiro plantão, o corpo técnico desconfiou um pouco de suas condutas e a direção resolveu entrar em contato com o hospital de São Paulo, que ele havia dado como referência, e para a supresa do hospital mineiro, eles haviam contratado um falso médico. Ele estava se passando de fato pelo seu ex-companheiro que estava trabalhando em São Paulo. Diante disso, o hospital fez o devido registro na polícia civil, que iniciou as investigações”, disse o delegado Ângelo Lages, titular da 12ª DP (Copacabana).

O crime foi descoberto, mas Bruno conseguiu fugir. Após a conclusão das investigações, Bruno Scott foi denunciado pelo Ministério Público, mas não foi localizado para sua oitiva durante o Inquérito Policial e nem durante o processo judicial. Diante do cenário, o magistrado decretou a prisão preventiva de Bruno Scott em novembro de 2023, para aplicação da lei penal e como garantia da instrução criminal. Com a expedição do mandado de prisão, seus advogados entraram com Habeas Corpus, junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que manteve a ordem de prisão preventiva.

A partir daí, para não deixar pistas, o acusado passou a adotar uma série de medidas para não ser preso, entre elas andar de transporte público. “Ele já não tinha mais residência fixa, inclusive se desfez do carro. Ele só andava de transporte público exatamente para diminuir a possibilidade dele ser localizado e preso”, disse o delegado Ângelo Lages.

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Após um cruzamento de dados entre as polícias do Rio e de Minas Gerais, os agentes da 12ª DP (Copacabana) localizaram o acusado em um hotel, em Copacabana.

“No momento da abordagem, ele não resistiu à prisão e se demonstrou muito surpreso em ser localizado, uma vez que ele tomava uma série de cuidados. Agora ele já foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da justiça”, completou o delegado.

Segundo a polícia, o foragido possuía passagem pelo crime de furto qualificado em 2015 e já havia sido preso, pela Polícia Federal, no mesmo ano, por tráfico internacional de drogas, após ser descoberto que trazia drogas do Paraguai para o Estado de São Paulo.

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
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