O BH Airport, popularmente conhecido como Aeroporto Internacional de Belo Horizonte ou Aeroporto de Confins, tem registrado casos de tráfico de fauna e flora, atuando no resgate de animais e plantas silvestres com as quais passageiros tentam embarcar.
Na última semana, o raio-x do aeroporto revelou uma tentativa de transportar corais marinhos e um peixe embalados em sacos plásticos. De acordo com a administração do terminal, a mala chegou a passar por outros terminais até ser identificada em Minas Gerais.
A carga foi retida e enviada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para providências legais.
De acordo com a concessionária que administra o aeroporto, essa não foi a primeira vez que animais silvestres foram resgatados em bagagens no terminal.
Entre os casos já registrados estão um jabuti escondido na cintura de um passageiro que usava cadeiras de rodas, além de caranguejos-uçá transportados ilegalmente durante o período de reprodução da espécie. Outro caso foi o de uma cobra norte-americana da espécie “corn snake”, descartada em uma lixeira após o viajante perceber a fiscalização.
Cerca de 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas em 2025 Quem era Yago Campos, modelo brasileiro encontrado morto em hotel na Grécia Saiba quais produtos ajudaram a deter a inflação em agosto, segundo o IBGE
Reforço na fiscalização
O BH Airport conta com um biólogo, Evandro Amato, que explica como se dá a atuação da fiscalização no local.
“O mais importante é treinar o olhar da inspeção. O agente que antes só se preocupava em interceptar drogas ou armas, hoje também enxerga possíveis casos de tráfico ambiental. Nosso trabalho é garantir que esse tipo de crime não passe despercebido”, explica.
Ele conta que o BH Airport aderiu, em 2022, ao pacto da ONG United for Wildlife, apoiada pela Royal Foundation, criada pelo príncipe William, do Reino Unido.
“A iniciativa global reúne setores de transporte de diferentes países no combate ao tráfico de vida silvestre. A adesão resultou em ações de capacitação, campanhas de conscientização e parceria direta com o Ibama, que realiza treinamentos periódicos e recebe os animais apreendidos”, aponta o BH Airport.
De acordo com o Ibama, o tráfico de animais silvestres é uma das principais causas de perda de biodiversidade no Brasil, movimentando bilhões de reais por ano. A legislação ambiental brasileira prevê multas que podem ultrapassar R$ 5 mil por espécime apreendida, além de responsabilização criminal dos envolvidos.
O CEO do BH Airport, Daniel Miranda, exaltou a importância de se manter uma fiscalização robusta contra o tráfico ambiental.
“A adesão ao pacto global chancela nosso papel como protetores da biodiversidade, em parceria com os órgãos ambientais e com a sociedade. Cada ocorrência, por menor que seja, reforça a importância da vigilância permanente”, afirma.