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Ministério Público apura denúncia de agressão no Colégio Santo Agostinho em BH

Pais de criança de nove anos registraram um boletim de ocorrência relatando violência grave; escola afirma que câmeras de segurança e demais apurações não apontaram qualquer situação anormal

Agressões teriam acontecido dentro das dependências da unidade central Colégio Santo Agostinho, na região centro-sul de BH

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apura uma denúncia de bullying envolvendo alunos do Colégio Santo Agostinho, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte. Os pais de uma criança de nove anos, que estuda no colégio, afirmam que o filho precisou fazer uma cirurgia nas partes íntimas devido às agressões.

Na quinta-feira (12), uma reunião entre representantes da instituição de ensino e do Ministério Público definiu os próximos passos da investigação. De acordo com o MPMG, o órgão recomendou que o Colégio faça as devidas apurações do caso com a devida cautela, considerando a condição das crianças envolvidas.

O MPMG ainda recomendou que “as medidas preventivas de proteção e de supervisão aos estudantes sejam reforçadas, e que o programa de convivência para os alunos das classes envolvidas receba especial atenção”.

Assim que o Colégio Santo Agostinho finalizar as apurações internas, ele deverá enviar ao MPMG a documentação comprovando o cumprimento das exigências.

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A mãe da criança procurou a Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência na tarde da quarta-feira (11). No documento, ela relata que um grupo de quatro alunos assediam e agridem outros estudantes, incluindo o filho dela, com joelhadas nas partes íntimas.

Ainda conforme a mãe, as agressões ocorreriam desde o início do ano, mas o filho não teria contado para a família por medo. Ao levar o filho de nove anos a uma consulta de rotina, o pediatra teria apontado alteração em um dos testículos e a necessidade de cirurgia.

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Segundo o relato à polícia, a mãe foi buscar a criança na escola na sexta-feira (6) para levá-la ao médico, mas a encontrou chorando e dizendo que tinha acabado de apanhar. Neste momento, o menino teria revelado as agressões. Ao comentar o caso com outras mães, teria sido informada que o mesmo grupo de alunos seria responsável por fazer bullying e agredir outros estudantes durante o recreio. Ela também apontou que ainda não recebera resposta da escola sobre o problema.

Escola nega agressões

O Colégio Santo Agostinho nega que as agressões tenham ocorrido nas dependências da unidade central, na região centro-sul de Belo Horizonte, e afirma que não encontrou qualquer situação anormal após a verificação do circuito de câmeras da escola e conversas com funcionários e alunos.

Em nota enviada à Itatiaia, o Colégio Santo Agostinho afirmou que houve análise no circuito de câmeras e “não foram encontradas evidências de agressões e comprovações sobre o relato”. A instituição classificou como “irresponsável” a “repercussão de uma acusação, que extrapolou o âmbito familiar e escolar, e foi tomada como verdade, sem provas concretas” antes da investigação do caso.

Diante da gravidade das acusações, o Santo Agostinho aponta que acionou o Ministério Público e “está atuando junto às famílias e apurando os fatos com firmeza”. Também afirma que se “solidariza às famílias devido à exposição causada aos estudantes”.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.