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Após polêmica com Stock Car, UFMG recebe autorização para cortar 274 árvores em BH

Espécies que serão cortadas ficam no terreno do BH TEC, em uma Área de Relevância Ambiental; ipês-amarelos protegidos por lei ambiental poderão ser suprimidos

Árvores serão suprimidas para construção de prédio

Às vésperas da Stock Car, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi autorizada a suprimir quase 300 árvores do Parque Tecnológico (BH TEC) de Belo Horizonte, na Pampulha, para a construção de um prédio de cinco andares. Entre as árvores que serão cortadas, estão 15 de ipê-amarelo, espécie protegida por lei ambiental. A decisão foi tomada na terça-feira (30), durante uma reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente.

O pedido foi feito pela própria UFMG no dia 11 de junho. Segundo o documento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, as árvores que serão cortadas ficam no terreno do BH TEC, em uma Área de Relevância Ambiental às margens da avenida Presidente Carlos Luz e do Anel Rodoviário. O prédio que será construído terá cinco andares, sendo três pavimentos superiores e dois no subsolo.

O documento traz a relação de todas as 274 árvores que serão suprimidas. Pau-jacaré, cedro, assa-peixe, ipê-rosa e jacarandá-de-espinho. A relação também traz 15 unidades de ipê-amarelo (Handroanthus ochraceus), espécies que são protegidas por uma lei estadual. O documento ainda traz a existência de Annonnas, ‘que são consideradas vulneráveis pela legislação vigente’. Para compensar a supressão, a UFMG deverá plantar 252 árvores e 1.080 mudas, sendo 75 delas de ipê-amarelo ‘catalogadas e identificadas’.

A supressão das árvores foi autorizada pela secretaria, mas o corte dos ipês-amarelos só será realizado após aprovação do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM) e mediante acompanhamento profissional. O documento é assinado por três profissionais ambientais: um geólogo, um biólogo e uma engenheira agrônoma.

A Itatiaia entrou em contato com a UFMG e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

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No início de julho, os organizadores da Stock Car BH denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público Estadual (MPMG) que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cortou 5 mil árvores sem comprovar compensações ambientais e florestais nos últimos 22 anos. Segundo a denúncia, apenas na gestão da atual reitora Sandra Regina Goulart, que está no segundo mandato, teria ocorrido o corte de quase 1.000 árvores nessas condições.

Como medida para compensar as mais de 5 mil retiradas de árvores, o estudo técnico, feito a pedido dos organizadores da prova, aponta que a universidade teria de plantar ao menos dez mil árvores, mas o plantio não consta nos sistemas de comprovações da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O laudo diz, ainda, que a UFMG plantou árvores exóticas em algumas áreas do campus Pampulha, espécies que não fazem parte do bioma da Mata Atlântica, prática considerada irregular por especialistas ambientais.

O laudo é assinado por nove peritos ambientais. São três engenheiros ambientais, dois engenheiros florestais, um advogado especialista em direito ambiental, um engenheiro de agricultura, um geógrafo e um biólogo. O estudo foi feito pela Geoline Engenharia LTDA e fundamentado em fotos feitas por meio de aerolevantamento, fotos em solo, imagens do sistema do Google, mapeamento por GPS, medições específicas e levantamentos documentais.


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