A morte do jornalista Januário Laurindo Carneiro, fundador da Rede
Três décadas depois, o legado de uma vida dedicada ao rádio permanece.
História
O escritor e amigo Roberto Drummond descreveu como poucos a paixão de Januário pelo rádio. “Ele bebia rádio. Ele tomava rádio no café da manhã. Ele almoçava rádio. Ele jantava rádio. Ele dormia rádio. Ele sonhava rádio e, mais do que sonhar, realizava seus sonhos”, escreveu.
Ainda quando criança, no bairro Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, Januário brincava de rádio, com a fictícia “Júpiter”. O sonho de menino se tornou realidade em janeiro de 1952, quando ele fundou a Rádio Itatiaia em Nova Lima, na Grande BH.
Anos depois, Januário reconheceu que a emissora ficou maior que o sonho.
“Se formos fazer um balanço, chegaremos à conclusão de que as coisas que nós desejávamos que acontecessem aconteceram. E lhes confesso algo muito mais profundo e muito mais importante: a estação ficou muito maior que o sonho, e o sonho era pretensioso. Nós queríamos uma estação independente e a fizemos. Como hoje está gravado na entrada da nossa casa, uma estação que vendesse espaço, como todas as outras, mas que não vendesse opinião, como poucas das outras”.
Legado
A influência de Januário Carneiro ainda é sentida tanto por diversas gerações de jornalistas, quanto por todos que acompanham, atualmente, um rádio moderno, conectado, presente em tempo real nos principais fatos e que tem a marca do seu fundador.
Januário Carneiro no Villa Nova, uma de suas paixões.
Emanuel cita ainda o pioneirismo de Januário nas transmissões esportivas internacionais, como Copa do Mundo, Olimpíadas e competições disputados por clubes de Minas. “Ele deu ao rádio de Minas Gerais, através da Itatiaia, uma dimensão muito grande com aquela frase ‘nós abrimos para o rádio de Minas os caminhos de todos os continentes’. Isso é uma verdade absoluta”, destacou.
O
Visionário
Diogo Gonçalves, presidente da Itatiaia, classifica Januário como um visionário da comunicação do Brasil. “Ele foi além das expectativas da sua época, antecipando tendências e estabelecendo um legado duradouro. Sua voz não transmitia apenas informações, mas também inspirava e cativava a audiências. Hoje, como presidente da rádio que ele fundou, meu maior desafio é honrar e preservar o seu legado. Que o dedo de Deus continue a nos guiar enquanto enfrentamos dos desafios da mídia moderna”.
João Vitor Xavier, vice-presidente de Operações da Itatiaia, destaca que
(Com produção e reportagem de Ana Novato, Jacqueline Moura, Rômulo Ávila, Edson Costa e Arthur William)