Vez por outra perguntam qual é a motivação para levantar todo dia, enfrentar as dificuldades, as incompreensões, correr riscos e continuar animado para a rotina. Digo sempre – e aqui vai uma dica para os mais novos – que o segredo da vida profissional é um só: fazer o que a gente gosta. Aos 14 anos, ascensorista de um hotel, ouvi de um hóspede que “trabalho mais amor é igual a sucesso”. Ou alguém duvida que Ivete Sangalo, Messi e tantos outros bem sucedidos só chegaram – e mantêm - o sucesso graças a exaustiva rotina de treinos e repetições? Que só são possíveis por muito amor à arte. Este preâmbulo é só para dividir com os amigos duas alegrias que o rádio me deu essa semana e vitaminaram meu ânimo por mais alguns anos.
Como diria Januário Carneiro, fundador da Itatiaia, em dois tempos:
Primeiro tempo... Ao comentar, no Conversa de Redação, medidas da Prefeitura para revitalizar o centro da cidade, parabenizei o prefeito e pedi aos ouvintes que ajudassem, cada um a seu modo. E, para contribuir, citei algo que o colega Marcelo da Fonseca dissera minutos antes na redação. Que, além da extensão de horário até 9 da noite, seria interessante abrir o parque mais cedo, para que as pessoas pudessem fazer caminhadas e exercícios antes do trabalho. No mesmo dia, em entrevista a Alan Passos, no Plantão da Cidade, o prefeito anunciou a antecipação de 8 para 7 horas e a ordem para que, quando possível, o parque esteja disponível a partir das 6 da manhã.
Segundo tempo... Semanas atrás, Delma nos procurou pedindo ajuda para realizar antigo sonho. Conhecer parentes. Sabia que fora adotada ainda bebê, depois que o pai morrera no desabamento da Gameleira, desastre de grandes proporções meio século atrás, e a mãe, desesperada, foi a um programa de rádio pedir alguém que cuidasse dela. Uma semana de apelos no “Delmário é o Espetáculo”, da Rádio Inconfidência, e apareceram os pais adotivos. Agora, ela queria encontrar irmãos, conhecer sua história. Através da Itatiaia, ela já descobriu quatro irmãs, reencontrou a mãe biológica, soube que o pai não morreu na tragédia, enfim, está celebrando suas origens.
É o rádio. Nele, falamos de notícias horrorosas de polícia, escândalos da política e absurdos do cotidiano, mas, bom mesmo é prestação de serviço... Que – convenhamos - é a essência do rádio. Unir as pessoas. Nele, Delma encontrou um lar. Nele, 52 anos depois, Delma reescreveu sua história.