A jovem de 23 anos que foi presa nesta terça-feira (22) em Belo Horizonte
De acordo com a apuração da Itatiaia, a decisão foi tomada agora há pouco pela juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto. A magistrada citou as informações apresentadas por Luiza em suas redes e repetidas nos contatos com possíveis vítimas, incluindo a falsa informação de que ela seria filha do Coronel Rodrigo de Sousa Rodrigues, ex-comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais. Inclusive, o dono de uma lanchonete que foi alvo da investigada teria entrado em contato com o suposto pai de Luiza, acreditando que ele realmente era o coronel. A família da falsa tenente ainda incluía sua mãe, suposta delegada da Polícia Civil e um irmão que seria promotor de Justiça.
“A autora afirmou à vítima que tinha um consórcio junto ao Banco Santander, mas sempre apresentava desculpas quanto à ausência de liberação dos valores, bem como apresentou cartas – posteriormente constatadas como falsas – indicando supostos bloqueios bancários. Além disso, a autora apresentou documentos da Prefeitura de Belo Horizonte e alvarás da vigilância sanitária, igualmente falsos, afirmando ainda que teria dois filhos, supostamente de nomes Gael e Ravi, utilizando imagens de uma das crianças extraídas de redes sociais, porém a vítima nunca viu a criança com a autora”, citou a juíza em outro trecho da decisão. Os verdadeiros pais da criança foram alertados pelos investigadores de que fotos deles estavam sendo usadas pela suspeita.
Aos policiais, Luiza afirmou que carregava uma réplica de arma de fogo para “gerar credibilidade à sua falsa identidade e apresentação de terceiros como se fosse policial militar”. Além da arma, foram apreendidos com a suspeita um coldre de neoprene, dois crachás falsos da Polícia Militar e cartões bancários com vários nomes. Também foram localizados no quarto dela documentos do Tribunal de Justiça Militar, Batalhão da PM, Prefeitura de BH e até procurações em que assina como advogada, usando a OAB de um defensor de Betim, na Grande BH.
“Em nova entrevista com os policiais, a autuada confirmou que referidos documentos eram confeccionados por ela e, com relação aos nomes dos beneficiários contidos nas cartas da previdência social, se tratavam de pessoas fictícias por ela criadas com o intuito de receber, indevidamente, benefícios assistenciais do governo”, cita parte da decisão.
A juíza decidiu converter a prisão de flagrante para preventiva pelos crimes de furto (com fraude eletrônica, pelo uso de redes sociais) e falsidade ideológica.