Sete líderes do Comando Vermelho (CV) vão ser transferidos para um presídio federal de segurança máxima e outros dois aguardam manifestação da Secretaria de Polícia Civil, de acordo com uma nota publicada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro nesta terça-feira (4).
Serão transferidos: Arnaldo da Silva Dias (“Naldinho”), Carlos Vinicius Lírio da Silva (“Cabeça do Sabão”), Eliezer Miranda Joaquim (“Criam”), Fabrício de Melo Jesus (“Bicinho”), Marco Antônio Pereira Firmino da Silva (“My Thor”), Alexander de Jesus Carlos (“Choque”) e Roberto de Souza Brito (“Irmão Metralha”).
O juiz solicitou à Secretaria de Polícia Civil novas informações que justifiquem a transferência de Wagner Teixeira Carlos e Leonardo Farinazzo Pampuri, o “Léo Barrão”. E o cabo da Marinha Riam Maurício Tavares Mota, acusado de operar drones para o Comando Vermelho, segue sob análise do juízo de Organização Criminosa (Orcrim).
Enquanto aguardam a transferência, os detentos permanecem em um presídio de segurança máxima do estado.
O juiz titular da Vara de Execuções Penais (VEP), Rafael Estrela Nóbrega, argumentou que é necessário ‘preservar o interesse coletivo sobre o individual’, quando há risco de o preso continuar comandando crimes de dentro da cadeia ou voltar a praticar delitos.
Por isso, a transferência para um presídio federal (mais isolado e com vigilância reforçada) tem como objetivo “interromper a comunicação ilícita entre o preso e sua organização criminosa, garantindo a segregação qualificada e restabelecendo a efetividade da função preventiva e repressiva da pena”.
Quais são os presídios federais de segurança máxima do Brasil?
Sete líderes do Comando Vermelho vão ser transferidos para um presídio federal de segurança máxima
De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o Sistema Penitenciário Federal (SPF) foi criado para combater o crime organizado, isolando lideranças criminosas e presos de alta periculosidade.
O Brasil conta atualmente com cinco penitenciárias federais, todas classificadas como presídios de segurança máxima. Essas unidades, de acordo com a Senappen, possuem sistemas avançados de vigilância, com captação de som ambiente e monitoramento por vídeo, cujo conteúdo é transmitido em tempo real para a sede em Brasília.
- Catanduvas (PR): A mais antiga do sistema, inaugurada em 2006.
- Campo Grande (MS): Inaugurada em 2006.
- Mossoró (RN): Inaugurada em 2009.
- Porto Velho (RO): Inaugurada em 2009.
- Brasília (DF): Inaugurada em 2018
Qual é a pena dos sete presos transferidos?
- Arnaldo da Silva Dias (“Naldinho”) — condenado a 81 anos e 4 meses de prisão. Até novembro de 2025, cumpriu 15 anos e 8 meses, restando cerca de 65 anos de pena. Liberdade prevista para junho de 2042.
- Carlos Vinicius Lírio da Silva (“Cabeça do Sabão”) — condenado a 60 anos e 4 meses de prisão. Até outubro de 2025, cumpriu 25 anos e 6 meses, restando cerca de 35 anos de pena. Liberdade prevista para dezembro de 2035.
- Eliezer Miranda Joaquim (“Criam”) — condenado a 100 anos e 10 meses de prisão. Até novembro de 2025, cumpriu 20 anos e 8 meses, restando cerca de 80 anos de pena. Liberdade prevista para dezembro de 2037.
- Fabrício de Melo Jesus (“Bicinho”) — condenado a 65 anos e 8 meses de prisão. Até novembro de 2025, cumpriu parte equivalente a 20 anos, restando cerca de 45 anos de pena. Liberdade prevista para novembro de 2040.
- Marco Antônio Pereira Firmino (“My Thor”) — condenado a 35 anos e 5 meses de prisão. Até novembro de 2025, cumpriu 26 anos e 1 mês, restando cerca de 9 anos de pena.
- Alexander de Jesus Carlos (“Choque”) — condenado a 34 anos e 6 meses de prisão. Até novembro de 2025, cumpriu 17 anos e 6 meses, restando cerca de 17 anos de pena. Liberdade prevista para outubro de 2038.
- Roberto de Souza Brito (“Irmão Metralha”) — condenado a 50 anos e 2 meses de prisão. Até novembro de 2025, cumpriu 19 anos e 2 meses, restando cerca de 31 anos de pena. Liberdade prevista para novembro de 2040.