A família de Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos, uma das vítimas do soterramento na obra do supermercado no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, divulgou na manhã desta quarta-feira (18), nas redes sociais, o horário e local para últimas homenagens. O velório ocorrerá às 13h no Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, na região Norte da capital. O sepultamento está marcado para às 17h.
Leia também:
Em conversa com a reportagem da Itatiaia, o companheiro da vítima, que terá a identidade preservada, revelou a paixão da mulher pela profissão. “Ela era uma pessoa incrível, adorava o que fazia e para ela estava sendo uma realização muito grande em trabalhar para o Verdemar. Ela tinha esperança de que com o passar do tempo e com mais experiência pudesse se tornar engenheira [responsável]”, disse.
Engenheira postou foto da obra
Em seu perfil no Instagram, Juliana publicou um “story” que mostrava as estruturas de metal no canteiro de obras na véspera do acidente.
Em outra publicação, ela colocou várias fotos de projetos feitos por ela com a seguinte frase: “Realizar é mais importante que sonhar. Amo o que faço, que nem sinto que estou trabalhando. Desde pequena amava brincar de montar a casinha, e sigo fazendo isto até hoje.“
O enterro dos operários Roberto Mauro da Silva, de 55 anos; Zacarias Evangelista Fonseca, de 59; Rafael Pereira Barbosa, de 35, ocorrerá no Cemitério da Paz, no bairro Alto Caiçaras, na região Noroeste. O horário não foi divulgado.
O sobrevivente, de 23, que não teve o nome divulgado, foi socorrido para o Hospital João XXIII Pronto Socorro (HPS) logo após o acidente. O estado de saúde não foi revelado pela instituição.
Obra estava regular
De acordo com o Corpo de Bombeiros, um talude de três metros se desprendeu e provocou o soterramento das vítimas, na rua Jornalista Djalma Andrade. A obra estava regular e com o alvará ativo, informou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Em conversa com a reportagem da Itatiaia, o homem, que terá a identidade preservada, revelou que sua companheira o informou sobre um problema relacionado a um muro do lado oposto da obra, que sustentava uma casa, porém nada foi dito sobre
O que disseram as empresas
A rede de supermercado Verdemar lamentou “profundamente” o episódio:
“Lamentamos profundamente o ocorrido e estamos acompanhando de perto para garantir, juntamente com a Construtora Kaeng, responsável pela obra, toda a assistência às vítimas, aos atendimentos em andamento no local e aos familiares de todos.
A obra contava com profissionais técnicos e com todos os alvarás e licenças, indicando se tratar de uma fatalidade. As autoridades estão no local para apurar as causas”.
Confira a resposta enviada pela construtora responsável pela obra:
“A KAENG CONTRUÇÃO LTDA., vem a público se manifestar sobre a fatalidade acontecida na data de hoje e, informar que lamentamos profundamente o ocorrido e estamos acompanhando próximo, com a finalidade de garantir, toda a assistência às vítimas e aos seus familiares.
Informarmos, também, que a obra contava com profissionais técnicos e com todos os alvarás e licenças em ordem! Isto indica que se trata de uma fatalidade. As autoridades competentes estão no local para a apuração das causas. Desta forma, fica a nossa solidariedade às vítimas e aos seus familiares”.
MG é o 2º estado com mais acidentes de trabalho
Após o soterramento, a Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais divulgou dados o número de acidentes de trabalho em Minas Gerais. Segundo o órgão, o estado é o segundo com mais registros do tipo em todo o Brasil.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, Minas teve 63.812 acidentes de trabalho no passado, perdendo apenas para São Paulo, com 204.157 notificações. O top 3 é completado pelo Rio Grande do Sul, com 50.491 acidentes de trabalho em 2022. No total, foram 612 mil ocorrências do tipo em todo o país.
*com informações de Rômulo Ávila, Clarissa Guimarães, Célio Ribeiro e Luiza Otávio Peçanha