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Patrocínios, contratos e investimento público: saiba valores envolvidos no carnaval de BH em 2024

Belotur firmou três acordos de patrocínio, mas busca mais investimento externo; contratos para a logística da festa somam R$ 13 milhões

Prefeitura busca ampliar leque de apoiadores financeiros do carnaval de BH

A pouco mais de duas semanas do início do período oficial do Carnaval de Belo Horizonte, com pontapé inicial marcado para o próximo dia 27, o poder público da cidade ainda busca ampliar o número de patrocinadores da folia. Até o momento, a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte S/A, a Belotur, conseguiu preencher três quotas de publicidade para a Festa de Momo. Juntos, os acordos somam R$ 5,5 milhões para custear parte das atividades carnavalescas.

A maior fatia de patrocínio vem do governo de Minas Gerais, que, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), aportou R$ 4 milhões. Já a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) vai expor sua marca como uma das entidades a colaborar com a festa a troco de um patrocínio de R$ 500 mil.

O restante dos investimentos externos confirmados — R$ 1 milhão — é fruto de uma proposta conjunta de patrocínio liderada pelo Sistema Fecomércio de Minas. A entidade, ao lado do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac/Minas) apresentaram proposta para adquirir uma das quotas da modalidade que permite, a instituições interessadas, aparecer na lista de apoiadores da folia.

No que tange aos contratos firmados para viabilizar a festa, como constatou a Itatiaia em edições do Diário Oficial do Município (DOM), ao menos dois pactos já foram firmados, ao custo total de R$ 13,2 milhões. Os dois acordos têm data de 27 de dezembro do ano passado, com validade de 150 dias.

Um dos pactos é com a Luminar Eventos e Comunicação. O acordo, de R$ 10,3 milhões, servirá para que a empresa atue na “viabilização de infraestrutura, serviços e fornecimento de apoio logístico” para os festejos carnavalescos. Outros R$ 2,8 milhões, endereçados à Eventos Gov Produções e Tecnologia, também servirão para subsidiar as necessidades logísticas da folia.

Busca por mais patrocínios

Na reta final do ano passado, antes da homologação dos acordos de patrocínio com a CDL-BH e a Fecomércio, a Belotur teve problemas com dois editais publicados para atrair interessados em financiar a folia. A primeira concorrência não atraiu interessados. Depois, o setor da Prefeitura de BH responsável pelo turismo revogou o segundo edital por entender que não haveria tempo hábil para a execução de uma das contrapartidas previstas nas regras do chamamento público.

Segundo Gilberto Castro, presidente da Belotur, não há, neste momento, nenhum edital de patrocínio em vigor.

“A Belotur permanece dialogando com inúmeras empresas buscando novos patrocínios. A gente não tem como, ainda, mensurar (o valor total dos apoios), mas seguimos acreditamos que conseguiremos outros parceiros para nos patrocinar no carnaval de 2024”, diz, à reportagem.

O patrocínio para o carnaval belo-horizontino envolve três frentes. Uma delas é a folia de rua, composta pelos blocos e bandas que circulam cidade afora. Há, ainda, o chamado “carnaval de passarela”, que abrange as escolas de samba e blocos caricatos que desfilam pela Avenida Afonso Pena, no Centro, sob aplausos do público que assiste aos cortejos de arquibancadas montadas na pista.

Há, ainda, o chamado “Palco Oficial” do carnaval, tradicionalmente montado na Praça da Estação, na Região Central. Neste ano, como o local está fechado para revitalização, ainda não há definição da sede dos shows e apresentações.

“Ainda não é possível mensurar todo o investimento que será feito pela prefeitura no carnaval de Belo Horizonte. A gente ainda está com alguns planejamentos e reuniões acontecendo. Temos outros gastos, como serviços de limpeza, saúde, segurança e mobilidade, entre tantas outras secretarias da prefeitura, que também fazem parte da organização e realização do carnaval de BH”, aponta Gilberto Castro.

Prefeito vê ‘braços’ do poder público ‘ficando pequenos’

A busca do Belotur por novos acordos de patrocínio vai ao encontro do desejo do prefeito Fuad Noman, do PSD. Nessa quarta-feira (10), ele sinalizou a necessidade de ampliar o número de apoiadores externos da folia.

“O carnaval é um evento já tradicional em Belo Horizonte. Vamos reunir, aqui, cinco milhões ou seis milhões de pessoas. Fizemos, no ano passado, com recursos próprios e um pouco de parceria. Nossos braços vão ficando pequenos para o tamanho do carnaval”, afirmou, chamando, de “grande parceiro”, o governo estadual.

Além de confirmar que a prefeitura vai aportar recursos próprios, Fuad disse que entidades comerciais como a Fecomércio e a CDL têm ajudado a bancar a Festa de Momo porque há benefícios para a economia local.

“O carnaval de BH acolhe todas as pessoas que querem ajudar. O estado estar junto com a gente é muito bom. Belo Horizonte faz parte do estado. Então, vamos fazer um trabalho coletivo, para melhorar a vida do povo de Belo Horizonte, melhorar o turismo, encher os hotéis, bares e restaurantes. Vamos encher a turma de eventos”.

R$ 4,5 milhões em sonorização

A equação financeira que vai sustentar a engrenagem carnavalesca tem, ainda, R$ 4,5 milhões fornecidos pelo governo mineiro para bancar a sonorização da festa. A ideia é que caixas de som espalhadas por pontos dos trajetos percorridos por blocos ajudem a espalhar o ritmo dos cortejos. O novo sistema sonoro, aliás, vai ser testado no próximo fim de semana, durante o “Ensaio Geral” para as festividades momescas.

Além de anunciar o apoio para a sonorização, o governo mineiro anunciou o envio de outros R$ 4 milhões à prefeitura, para subsidiar a instalação de gradis e banheiros químicos.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.