Ouvindo...

Tragédia da Voepass completa um ano sem conclusão sobre causas do acidente

Relatório final da FAB ainda não foi publicado; acidente matou 62 pessoas em Vinhedo (SP)

Destroços de avião começaram a ser retirados de condomínio em Vinhedo (SP)

A tragédia aérea com o voo 2283 da Voepass, que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, completa um ano na próxima sexta-feira (9). Até o momento, o relatório final que deve esclarecer as causas do acidente ainda não foi divulgado. A investigação está sob responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB). As informações são do portal Metrópoles.

A aeronave decolou às 11h58 do aeroporto de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Por volta das 13h21, começou a perder altitude e caiu. Todos os 58 passageiros e quatro tripulantes morreram na hora.

Leia também: Ex-funcionário da Voepass revela que avião que caiu em 2024 teve falha um dia antes da queda
Anac cassa em definitivo certificado de operação da Voepass
Voepass fez 2,6 mil voos com aviões sem manutenção adequada após queda de aeronave que matou 62, diz Anac
Dona de avião que caiu em SP, Voepass já passou por recuperação judicial e mudança de nome

A apuração foi iniciada no mesmo dia do acidente. Logo após a queda, surgiu entre pilotos a hipótese de que o acúmulo de gelo nas asas pode ter contribuído para a tragédia. Nos dias seguintes, também ganharam repercussão nas redes sociais relatos de funcionários da Voepass sobre possíveis falhas nas condições das aeronaves da empresa.

Em nota enviada ao portal Metrópoles, o Cenipa informou que a etapa de coleta de dados já foi encerrada e que a equipe agora trabalha na análise das informações obtidas.

“Devido à complexidade desse acidente, esta investigação conta com uma equipe multidisciplinar formada por investigadores e especialistas em fator operacional (pilotos e mecânicos), fatores humanos (médicos e psicólogos) e fator material (engenheiros mecânicos e aeronáuticos), além de outros profissionais de áreas afins”, informou o órgão ao portal Metrópoles.

Ainda segundo o Cenipa, o relatório final trará os fatores que “contribuíram ou que podem ter contribuído para desencadear o acidente, emitindo eventuais recomendações com a finalidade de aprimorar a segurança de voo”. O órgão afirmou ainda que a conclusão da apuração ocorrerá “no menor prazo possível”.

Polícia Federal apura possíveis responsabilidades criminais

Enquanto o Cenipa investiga os aspectos técnicos do acidente, a Polícia Federal (PF) conduz uma apuração paralela com foco em possíveis responsabilidades criminais.

Durante audiência na Câmara dos Deputados, em outubro de 2024, o diretor do Instituto Nacional de Criminalística da PF, Carlos Eduardo Palhares Machado, afirmou que o órgão vai avaliar inclusive a carga de trabalho dos pilotos.

A Polícia Civil de São Paulo também iniciou uma investigação, mas, em março de 2025, uma decisão judicial determinou que o caso fosse concentrado na esfera federal.

Leia também

O que diz a Voepass

Em nota, enviada ao Metrópoles, a empresa destacou que tragédia mobilizou toda a estrutura, humana e institucional, para garantir apoio integral às famílias, “nossa prioridade”.

“Temos atuado de forma transparente junto às autoridades públicas e seguimos empenhados na resolução das questões indenizatórias, já em estado bastante avançado. Mantemos o suporte psicológico ativo e continuamos apoiando homenagens realizadas pelas famílias ao longo deste ano. Seguimos colaborando com as investigações em andamento, reafirmando nosso compromisso com a apuração dos fatos e contribuindo com a melhoria contínua nos processos de segurança da operação aérea”, diz o texto.

Sobre a medida adotada pela Anac, a Voepass garantiu que “ainda que não há absolutamente nenhuma ligação entre o acidente ocorrido em agosto de 2024 e a medida cautelar”.

” VOEPASS informa que sempre atuou cumprindo com as exigências rigorosas que garantem a segurança das suas operações aéreas e reitera que sua frota sempre esteve aeronavegável e apta a realizar voos, seguindo exigências de padrões de segurança internacionais, inclusive tendo a certificação IOSA, um requisito de excelência operacional emitido apenas para empresas auditadas IATA. Em 30 anos de atuação, em um setor altamente regulado, a segurança dos passageiros e da tripulação sempre foi a prioridade máxima da companhia.”

A Rádio de Minas. Tudo sobre o futebol mineiro, política, economia e informações de todo o Estado. A Itatiaia dá notícia de tudo.