A tragédia aérea com o voo 2283 da Voepass, que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, completa um ano na próxima sexta-feira (9). Até o momento, o relatório final que deve esclarecer as causas do acidente ainda não foi divulgado. A investigação está sob responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB). As informações são do portal Metrópoles.
A aeronave decolou às 11h58 do aeroporto de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Por volta das 13h21, começou a perder altitude e caiu.
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A apuração foi iniciada no mesmo dia do acidente. Logo após a queda, surgiu entre pilotos a hipótese de que o acúmulo de gelo nas asas pode ter contribuído para a tragédia. Nos dias seguintes, também ganharam repercussão nas redes sociais relatos de funcionários da Voepass sobre possíveis falhas nas condições das aeronaves da empresa.
Em nota enviada ao portal Metrópoles, o Cenipa informou que a etapa de coleta de dados já foi encerrada e que a equipe agora trabalha na análise das informações obtidas.
“Devido à complexidade desse acidente, esta investigação conta com uma equipe multidisciplinar formada por investigadores e especialistas em fator operacional (pilotos e mecânicos), fatores humanos (médicos e psicólogos) e fator material (engenheiros mecânicos e aeronáuticos), além de outros profissionais de áreas afins”, informou o órgão ao portal Metrópoles.
Ainda segundo o Cenipa, o relatório final trará os fatores que “contribuíram ou que podem ter contribuído para desencadear o acidente, emitindo eventuais recomendações com a finalidade de aprimorar a segurança de voo”. O órgão afirmou ainda que a conclusão da apuração ocorrerá “no menor prazo possível”.
Polícia Federal apura possíveis responsabilidades criminais
Enquanto o Cenipa investiga os aspectos técnicos do acidente, a Polícia Federal (PF) conduz uma apuração paralela com foco em possíveis responsabilidades criminais.
Durante audiência na Câmara dos Deputados, em outubro de 2024, o diretor do Instituto Nacional de Criminalística da PF, Carlos Eduardo Palhares Machado, afirmou que o órgão vai avaliar inclusive a carga de trabalho dos pilotos.
A Polícia Civil de São Paulo também iniciou uma investigação, mas, em março de 2025, uma decisão judicial determinou que o caso fosse concentrado na esfera federal.
O que diz a Voepass
Em nota, enviada ao Metrópoles, a empresa destacou que tragédia mobilizou toda a estrutura, humana e institucional, para garantir apoio integral às famílias, “nossa prioridade”.
“Temos atuado de forma transparente junto às autoridades públicas e seguimos empenhados na resolução das questões indenizatórias, já em estado bastante avançado. Mantemos o suporte psicológico ativo e continuamos apoiando homenagens realizadas pelas famílias ao longo deste ano. Seguimos colaborando com as investigações em andamento, reafirmando nosso compromisso com a apuração dos fatos e contribuindo com a melhoria contínua nos processos de segurança da operação aérea”, diz o texto.
Sobre a medida adotada pela Anac, a Voepass garantiu que “ainda que não há absolutamente nenhuma ligação entre o acidente ocorrido em agosto de 2024 e a medida cautelar”.
” VOEPASS informa que sempre atuou cumprindo com as exigências rigorosas que garantem a segurança das suas operações aéreas e reitera que sua frota sempre esteve aeronavegável e apta a realizar voos, seguindo exigências de padrões de segurança internacionais, inclusive tendo a certificação IOSA, um requisito de excelência operacional emitido apenas para empresas auditadas IATA. Em 30 anos de atuação, em um setor altamente regulado, a segurança dos passageiros e da tripulação sempre foi a prioridade máxima da companhia.”