‘Supercélula’: entenda a classificação do tornado que atingiu o Paraná

Fenômeno deixou ao menos seis mortos, além de centenas de feridos e desabrigados nas cidades atingidas

Radares meteorológicos do Simepar mostram atividade atmosférica no estado do Paraná nessa sexta-feira (7)

O tornado que atingiu o estado do Paraná, no Sul do país, na sexta-feira (7), foi classificado como uma supercélula, segundo informações do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Estado (Simepar).

De acordo com o órgão, temporais severos foram registrados nas regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do estado. A tempestade foi classificada como F2, categoria em que os ventos variam entre 180 e 250 km/h. No entanto, está sendo investigada a possibilidade de que as rajadas tenham ultrapassado essa velocidade em alguns pontos, o que poderia elevar a classificação para F3, com ventos entre 250 e 330 km/h.

O número de mortos chegou a seis, sendo cinco em Rio Bonito do Iguaçu e um em Guarapuava. Entre as vítimas está um adolescente de 14 anos. Já o número de feridos ultrapassa 430.

O que é uma supercélula?

O Simepar explica que as supercélulas são tempestades intensas que se formam em ambientes com grande instabilidade atmosférica e cisalhamento vertical do vento, condição em que a velocidade e a direção dos ventos variam em diferentes camadas da troposfera.

Diferentemente das tempestades comuns, esse tipo de formação apresenta uma corrente ascendente de ar em rotação, chamada mesociclone, que se desenvolve no interior da nuvem, geralmente nas camadas médias da atmosfera.

Essas formações podem provocar fenômenos meteorológicos severos, como tornados, granizo de grande porte, rajadas intensas de vento na superfície e downbursts (ventos muito fortes que descem da nuvem de tempestade), além de causar intensa atividade elétrica.

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Ciclone extratopical

O tornado que atingiu o estado do Paraná é uma consequência do ciclone extratropical que atingiu a Região Sul.

O ciclone extratropical é caracterizado por um sistema de baixa pressão atmosférica que ocorre em latitudes médias, ou seja, longe da região equatorial. A ocorrência de ciclones extratropicais é comum na Europa, América do Norte e Ásia, mas também pode ocorrer em países como o Brasil.

Normalmente, o ciclone é acompanhado por fortes ventos e chuvas intensas. Em algumas regiões, é possível nevar. Os ciclones extratropicais geralmente se formam a partir da diferença de temperatura entre a região equatorial e as latitudes médias. Isso ocorre porque o ar quente da região equatorial sobe, enquanto o ar frio das latitudes médias desce, criando uma zona de conflito que pode gerar os ciclones.

Os ciclones extratropicais são diferentes dos ciclones tropicais, que ocorrem em regiões próximas ao equador. Os ciclones tropicais são mais conhecidos como furacões, tufões ou ciclones, e são caracterizados por ventos que atingem velocidades extremamente elevadas.

Já os ciclones extratropicais são geralmente menos intensos, mas podem causar danos significativos em áreas habitadas.

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, é repórter multimídia no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes passou pela TV Alterosa. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.

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