A polícia revelou que o Grupo Refit, alvo da
De acordo com as investigações, ainda não há indícios de vínculo direto entre o grupo e a facção criminosa. O Grupo Refit é acusado de causar um prejuízo superior a R$ 26 bilhões aos cofres dos estados e da União.
A Refinaria de Manguinhos, pertencente ao grupo que fica às margens da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. A operação também cumpre 190 mandados de busca e apreensão em
Segundo o Ministério Público de São Paulo, o Grupo Refit é chefiado pelo empresário Ricardo Magro e é considerado o maior devedor de ICMS do estado e um dos maiores do país. Mais de 600 agentes do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal participam da operação.
As investigações apontam que a empresa é devedora e acumula dívidas de impostos “do porto ao posto”.
Durante a operação foram identificadas brechas nas regulamentações, como as chamadas “contas-bolsão”, que dificultam o rastreamento do fluxo financeiro. Ao todo, a principal financeira possuía 47 contas bancárias em seu nome, vinculadas contabilmente às empresas do grupo.
O MP afirma que o objetivo principal da operação é combater um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.
Fraudes
Segundo a Receita Federal, as importadoras atuavam como interpostas pessoas, adquirindo do exterior nafta, hidrocarbonetos e diesel com recursos provenientes de formuladoras e distribuidoras vinculadas ao Grupo Refit. Apenas entre 2020 e 2025, foram importados mais de R$ 32 bilhões em combustíveis pelos investigados.
A empresa foi alvo da recente Operação Cadeia de Carbono, na qual foram retidos quatro navios contendo aproximadamente 180 milhões de litros de combustível.
Em decorrência dessa operação, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou a interdição da refinaria após constatar diversas irregularidades, entre elas a suspeita de importação com falsa declaração do conteúdo, ausência de evidências do processo de refino e indícios de uso de aditivos químicos não autorizados pela regulamentação, ao alterarem as características do produto e podem indicar tentativa de adulteração do produto vendido ao consumidor.
Formuladoras, distribuidoras e postos de combustíveis também vinculados à organização sonegavam reiteradamente tributos em suas operações de venda.
As apurações revelaram ainda que formuladoras, distribuidoras e postos de combustíveis vinculados ao grupo sonegavam reiteradamente tributos em suas operações de comercialização, ampliando o impacto das irregularidades sobre a arrecadação e a concorrência no setor.
O dinheiro ilícito era reinvestido em negócios, propriedades e outros ativos por meio de fundos de investimento, dando aparência de legalidade e dificultando o rastreamento. A Receita Federal já identificou 17 fundos ligados ao grupo, que somam patrimônio líquido de R$ 8 bilhões.
Em sua maioria, são fundos fechados com um único cotista, geralmente outro fundo, criando camadas de ocultação. Há indícios de que as administradoras colaboraram com o esquema, omitindo informações à Receita Federal.