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ONU repudia megaoperação mais letal da história do Rio de Janeiro: ‘Horrorizada’

Para a organização, a operação ‘reforça a tendência de consequências letais extremas das operações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil’

Rio de Janeiro

A Organização das Nações Unidas (ONU) lamentou a operação mais letal da história do Rio de Janeiro, que deixou 64 mortos e 81 presos nessa terça-feira (28). A operação causou caos na capital fluminense e tinha como foco o Comando Vermelho.

“Estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que supostamente já resultou na morte de mais de 60 pessoas, incluindo 4 policiais”, publicou a ONU no X.

“Esta operação mortal reforça a tendência de consequências letais extremas das operações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Lembramos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e pedimos investigações rápidas e eficazes”, acrescentou.

Um cenário de guerra foi visto nessa terça na capital fluminense, com barricadas feitas por traficantes, trocas de tiros e até lançamento de granadas, que provocaram o fechamento de escolas municipais e postos de saúde, além do desvio do trânsito.

Foram apreendidos quase 100 fuzis, além de uma grande quantidade de munições e granadas. Entre os mortos, estavam os policiais Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos; Rodrigo Velloso Cabral, de 34; Cleiton Serafim Gonçalves, de 42; e Heber Carvalho da Fonseca, de 39.

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A operação, que ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, teve como alvo lideranças da facção do Comando Vermelho.

Por medida de segurança, escolas municipais e postos de saúde não abriram as portas hoje, segundo informações locais. Moradores relatam medo de uma possível retomada dos tiroteios, mesmo com o trânsito já normalizado e a presença reforçada de policiais nas ruas.

Quatro moradores foram atingidos por balas perdidas, incluindo uma mulher baleada dentro de uma academia. Foram apreendidos quase 100 fuzis, além de grande quantidade de munições e granadas.

Um vídeo registrou o momento em que traficantes do Comando Vermelho lançaram bombas contra policiais usando um drone, durante a megaoperação. Barricadas em chamas também foram criadas pelos criminosos.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.