Gari morto em BH: delegada recebe nova licença médica e já soma 180 dias afastada

Servidor está há seis meses fora das funções; decisão saiu no Diário Oficial de Minas Gerais desta quinta-feira (11)

A delegada Ana Paula Balbina, esposa de Renê da Silva Nogueira Júnior — que confessou o assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes

A delegada Ana Paula Balbina, esposa de Renê da Silva Nogueira Júnior, que se tornou réu por matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, passou por uma nova perícia e recebeu mais uma licença médica de 60 dias. A informação consta no Diário Oficial de Minas Gerais. No total, ela já está afastada do serviço há 180 dias. O licenciamento começou em 13 de agosto, inicialmente por 60 dias, foi prorrogado em outubro e novamente agora, em dezembro.

Leia mais sobre o caso:

Indiciada por prevaricação e por permitir o uso de sua arma

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) decidiu não denunciar a delegada Ana Paula Balbino. Ela havia sido indiciada por prevaricação e por permitir o uso de sua arma no crime. O MPMG entendeu que a delegada não deve ser denunciada, já que as penas previstas são inferiores a quatro anos e não envolvem crimes com violência.

Por isso, o órgão encaminhou à Justiça a proposta de um acordo de não persecução penal, com o processo dela sendo desmembrado do marido. Além disso, o MP solicitou que a Justiça analise o pagamento de uma indenização de, no mínimo, R$ 150 mil à família de Laudemir.

De acordo com publicação da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), em outubro de 2024, Ana Paula atuava na Casa da Mulher Mineira, unidade policial inaugurada pela Polícia Civil em março de 2022. Ela também é autora do livro “Violência Doméstica e Políticas Públicas de Enfrentamento”.

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O crime

Laudemir de Souza Fernandes foi morto com um tiro no abdômen na manhã do dia 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. A vítima chegou a ser socorrida por populares, mas não resistiu.

A vítima trabalhava na coleta de lixo quando Renê Júnior, que dirigia um BYD de cor cinza, que seguia no sentido contrário, se irritou, alegando que o veículo atrapalhava o trânsito.

Armado, Renê apontou a arma para a motorista do caminhão e ameaçou atirar no rosto dela. Ele seguiu, passou pelo caminhão, desceu do carro com a arma em punho, deixou o carregador cair, o recolocou e atirou contra o gari.

A bala atingiu a região das costelas do lado direito, atravessou o corpo e se alojou no antebraço esquerdo. Renê foi preso horas depois, ao chegar a uma academia de alto padrão na Região Oeste de BH.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.

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