A gasolina vendida nos postos brasileiros passou a ter uma nova composição: agora, a mistura
Apesar da queda no preço, motoristas devem se preparar para abastecer com mais frequência, já que o etanol rende menos que a gasolina.
De acordo com o técnico eletromecânico Marlon Marçal, veículos flex não correm risco de danos mecânicos com a nova proporção. “Todos os veículos flex no Brasil são preparados para rodar com qualquer quantidade de etanol ou gasolina. O grande vilão é o consumo. O etanol queima mais rápido, então o motorista vai parar mais vezes no posto”, explica.
Ele alerta, no entanto, para a qualidade do combustível. “A ANP não fiscaliza isso direito, e o consumidor acaba refém dos postos. O ideal é dar preferência à gasolina comum e adicionar o aditivo por conta própria, o que dá mais segurança”, orienta.
Segundo Marçal, sinais de que o combustível pode estar adulterado incluem luz de injeção acesa no painel, perda de potência, falhas no motor e vibração no volante.
Carros antigos
O engenheiro mecânico e professor do CEFET-MG, Paulo Barbieri, reforça que a mudança não traz risco aos veículos flex, mas pode gerar impactos em carros antigos ou importados que foram projetados para rodar apenas com gasolina.
“Para os flex, não muda nada. A tendência é até melhorar um pouco a potência, já que o etanol gera desempenho melhor. O problema é para motores desenvolvidos só para gasolina”, afirma.
Para Barbieri, a medida do governo tem vantagens:
“Do ponto de vista do preço, realmente baixa, porque o etanol é produzido no Brasil e tem custo menor. Também é positivo para as emissões, já que o álcool é um biocombustível e polui menos.”
Etanol compensa mais
Com a nova mistura, abastecer com etanol hidratado voltou a ser financeiramente mais vantajoso em Belo Horizonte e região metropolitana, segundo o levantamento do Mercado Mineiro.