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Queda no preço da gasolina tem relação com nova composição de etanol? Técnicos analisam

Especialistas explicam se há risco para os carros e dão dicas para motoristas após mudança na composição do combustível

Apesar da queda no preço, motoristas devem se preparar para abastecer com mais frequência, já que o etanol rende menos que a gasolina

A gasolina vendida nos postos brasileiros passou a ter uma nova composição: agora, a mistura contém 30% de etanol anidro, contra os 27% anteriores. A mudança já refletiu no bolso: segundo o site Mercado Mineiro, o litro do combustível ficou em média R$ 0,23 mais barato em agosto na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Apesar da queda no preço, motoristas devem se preparar para abastecer com mais frequência, já que o etanol rende menos que a gasolina.

De acordo com o técnico eletromecânico Marlon Marçal, veículos flex não correm risco de danos mecânicos com a nova proporção. “Todos os veículos flex no Brasil são preparados para rodar com qualquer quantidade de etanol ou gasolina. O grande vilão é o consumo. O etanol queima mais rápido, então o motorista vai parar mais vezes no posto”, explica.

Ele alerta, no entanto, para a qualidade do combustível. “A ANP não fiscaliza isso direito, e o consumidor acaba refém dos postos. O ideal é dar preferência à gasolina comum e adicionar o aditivo por conta própria, o que dá mais segurança”, orienta.

Segundo Marçal, sinais de que o combustível pode estar adulterado incluem luz de injeção acesa no painel, perda de potência, falhas no motor e vibração no volante.

Carros antigos

O engenheiro mecânico e professor do CEFET-MG, Paulo Barbieri, reforça que a mudança não traz risco aos veículos flex, mas pode gerar impactos em carros antigos ou importados que foram projetados para rodar apenas com gasolina.

“Para os flex, não muda nada. A tendência é até melhorar um pouco a potência, já que o etanol gera desempenho melhor. O problema é para motores desenvolvidos só para gasolina”, afirma.

Para Barbieri, a medida do governo tem vantagens:

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“Do ponto de vista do preço, realmente baixa, porque o etanol é produzido no Brasil e tem custo menor. Também é positivo para as emissões, já que o álcool é um biocombustível e polui menos.”

Etanol compensa mais

Com a nova mistura, abastecer com etanol hidratado voltou a ser financeiramente mais vantajoso em Belo Horizonte e região metropolitana, segundo o levantamento do Mercado Mineiro.

Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.