Em 1º de agosto deste ano, o percentual de etanol anidro obrigatório na gasolina brasileira passou de 27% para 30%. Mas na última segunda-feira (20), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), defendeu, durante a abertura da 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo, nesta segunda-feira (20), a ampliação para 35% do teor de etanol na gasolina comum.
A política de aumento da mistura dos biocombustíveis está prevista na lei do Combustível do Futuro.
“Hoje, nós já temos 30% da mistura da gasolina com etanol, e vamos lutar e brigar para que avancemos aos 35% na mistura, o que, sem dúvida alguma, fortalecerá ainda mais a indústria de biocombustíveis no nosso País”, afirmou Hugo Motta, aplaudido pelos representantes do setor.
Mas afinal, os motores dos carros da frota brasileira irão aguentar mais essa mudança na gasolina? Mais de 80% dos veículos leves brasileiros são flex, ou seja, não terão qualquer problema, já que são desenvolvidos para consumir até 100% de etanol.
Consumo dos carros irá piorar
Mas é importante ressaltar que o biocombustível tem menor poder calorífico do que a gasolina e isso significa que o consumo dos motores irá aumentar, obrigando o motorista a ir mais vezes aos postos - vale lembrar que em agosto, o governo previa que o preço da gasolina na bomba iria cair para compensar essa perda, fato que não se concretizou.
A “metade cheia do copo” é que os carros flex passarão a entregar mais desempenho, já que, normalmente, potência e torque são maiores quando o etanol é o combustível utilizado. Além disso, a emissão de poluentes também deverá reduzir.
E os carros importados e antigos?
Os carros importados e antigos deverão sim ter alguns problemas, além do aumento do consumo, já que os carros no Brasil são homologados com a chamada E22, ou seja, gasolina com 22% de etanol, padrão utilizado desde 1993 com a
A medição de quanto etanol tem na gasolina é feita no carro pela sonda lambda, mas, nos carros que não são flex, há um “limite” para que a central eletrônica consiga compensar o aumento na porcentagem. Uma alternativa, neste caso, é o uso de gasolina premium, como a Petrobras Podium ou Shell V-Power Racing, que ainda são vendidos com 25% do biocombustível, mas a um custo muito mais alto por litro do que a convencional. Já a gasolina aditivada é comercializada com o mesmo percentual de etanol que a gasolina comum.