Toyota explica por que a nova Hilux manteve o chassi do modelo antigo

Plataforma antiga foi mantida para não elevar custos de produção e facilitar a manutenção da picape

A nova Toyota Hilux, apresentada na Ásia em novembro com mudanças visuais radicais e evoluções de conteúdo, esconde sob a nova carroceria o chassi do modelo atual comercializado no Brasil. Mesmo diante do avanço de arquiteturas mais modernas dentro da própria empresa - como a TNGA-F da Tacoma vendida nos Estados Unidos -, a fabricante japonesa optou por evoluir a base IMV, já consagrada no modelo, em vez de substituí-la completamente.

Segundo a Toyota, a decisão de manter a plataforma na nova geração da picape vai além da simples economia de custos de produção e reflete uma estratégia alinhada ao perfil global da picape.

Anyarat Sutthibenjakul, engenheiro-chefe regional da Toyota Motor Asia, explicou ao site Autoblog que a escolha está diretamente ligada às expectativas do público da Hilux, especialmente em mercados onde a picape é ferramenta de trabalho e enfrenta condições severas de uso. Robustez, confiabilidade e facilidade de manutenção continuam sendo os pilares do projeto, atributos que a plataforma atual já demonstrou ao longo de anos de uso em diferentes regiões do mundo.

A adoção de uma arquitetura mais sofisticada, como a TNGA-F, traria ganhos em refinamento e tecnologia, mas também elevaria custos de produção, reparo e manutenção — fatores que poderiam afastar parte dos consumidores tradicionais da Hilux. Dessa forma, a marca priorizou o chamado custo total de propriedade, mantendo a Hilux competitiva e acessível dentro de seu segmento.

Apesar de preservar a estrutura básica, a Toyota promoveu atualizações importantes na plataforma, como reforços estruturais, melhorias em conforto, dirigibilidade e segurança, além de adequações para atender normas mais rígidas de emissões e eficiência. Ou seja, trata-se de uma evolução técnica, e não de uma simples repetição do projeto anterior.

Essa atualização no chassi permitiu a eletrificação da picape. Na Ásia, a nova Toyota Hilux é ofertada em versões elétrica e híbrida, que combina o motor 2.8 turbodiesel a um propulsor auxiliar movido a bateria. Configurações híbrida plug-in (PHEV) e elétrica alimentada por célula de hidrogênio também estão cotadas para a região.

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O presidente da Toyota Argentina, Gustavo Salinas, revelou há um mês que a nova geração da Hilux será lançada na América do Sul somente a partir de 2027. De acordo com o executivo, a produção da picape no país vizinho está programada para o fim de 2026 – cerca de um ano em relação à previsão inicial – devido à complexidade da atualização da fábrica de Zárate, da integração de novos fornecedores, entre outros processos.

A Toyota adiantou que a nova geração da Hilux terá ao menos uma versão eletrificada, embora ainda não tenha detalhado se o modelo destinado à América Latina será híbrida leve, híbrida convencional ou elétrica.

Além disso, a fábrica argentina vive um momento de forte demanda exportadora, com projeção de produzir cerca de 175 mil unidades ao ano. Ele lembrou que a atualização da Hilux costuma ser acompanhada pela renovação da SW4, o SUV derivado da picape – cuja nova geração ainda não foi apresentada.

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Guilherme Silva gosta do meio automotivo desde que se conhece por gente, mas começou a trabalhar no setor por acaso. São mais de 15 anos de experiência na área, com passagens por iCarros, Carsale, Webmotors, KBB e Mobiauto, além de ter colaborado com as tradicionais revistas Autoesporte, Motor Show e Quatro Rodas, produzindo matérias de diferentes temas e cobrindo eventos e salões no Brasil e no exterior.

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