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‘Qualquer bebida pode ser falsificada’, alerta Vigilância Sanitária sobre casos de intoxicação por metanol

Diretora da Apevisa alerta que qualquer bebida pode ser adulterada e sintomas podem evoluir de forma rápida

‘Qualquer bebida pode ser falsificada’, alerta Vigilância Sanitária sobre casos de intoxicação por metanol

A diretora da Agência Pernambuco de Vigilância Sanitária (Apevisa), Karla Baêta, alertou sobre os casos investigados por intoxicação por metanol no estado nessa quarta-feira (1°) e também sobre os primeiros sinais após ingerir a bebida. Ao todo, três casos suspeitos estão sendo investigados, segundo a Secretaria de Saúde (SES).

A secretária destaca que o alerta vale para além das bebidas deslitadas, as quais têm sido as principais ingeridas pelas vítimas intoxicadas por metanol. Em entrevista à TV Globo, ela pontua que “qualquer bebida pode ser fraudada, não apenas as destiladas”.

"É preciso estar atento aos sinais de intoxicação que, inicialmente, se confundem com os de uma embriaguez comum, mas podem evoluir rapidamente”, pontua ela.

Dos casos em investigação, dois ocorreram em Lajedo e um em João Alfredo. Duas vítimas morreram e uma perdeu a visão.

Karla explicou também os sintomas que os pacientes sentiram. “Nas primeiras horas, tiveram sonolência, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Depois de quase seis horas, surgiram sintomas neurológicos e visuais. Até convulsão e cegueira temporária ou permanente, como tem acontecido em alguns casos”, explicou a diretora.

O que é o metanol?

O metanol, encontrado na bebida ingerida por Diogo e os amigos, é uma substância altamente inflamável e de difícil identificação. Segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, é um “composto orgânico da família dos álcoois, sendo líquido à temperatura ambiente”. O cheiro do produto, que também é inflamável e incolor, se assemelha ao de uma bebida alcoólica comum. No Brasil, sua principal função é servir como matéria-prima para a produção de biodiesel.

Riscos à saúde

A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, cegueira e até a morte. Pequenas quantidades já são suficientes para provocar intoxicação grave.

O produto também é inflamável, podendo gerar incêndios e explosões em caso de manuseio inadequado. A presença de metanol em excesso na gasolina ou no etanol adulterado multiplica os perigos: além de enganar o consumidor, pode levar a falhas mecânicas graves e colocar motoristas e passageiros em risco de acidentes.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.