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Bar interditado por suspeita de intoxicação por metanol em SP comprou bebidas de vendedor de rua

Vítima de 43 anos ficou cega depois de beber vodca adulterada no local; governo investiga 22 casos e confirma cinco mortes

Bar interditado por suspeita de intoxicação por metanol em SP comprou bebidas de vendedor de rua

Um dos três bares interditados nesta terça-feira (30) devido aos casos de intoxicação por metanol em São Paulo e na Região Metropolitana é o local onde uma das vítimas de 43 anos ficou cega depois de beber uma dose de vodca. De acordo com o diretor do Centro de Vigilância Sanitária, Manoel Bernardes, o estabelecimento comprou as bebidas de um vendedor de rua.

Nessa quarta-feira (1°), dois bares ficam na região da Bela Vista, no centro da capital paulista, e dois em Barueri, na Grande São Paulo também foram interditad. Os endereços, porém, não foram informados para não atrapalhar as investigações.

Até agora, o gover no de São Paulo confirmou cinco mortes por intoxicação por metanol. Uma delas foi comprovada após consumo de bebida adulterada. Outras quatro estão sob investigação. O Governo de Pernambuco também investiga duas mortes e outro possível caso por suspeita de intoxicação por metanol.

Radharani Domingos, que está cega após a intoxicação por metanol, chegou a ficar internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), antes de ser encaminhada para o quarto. Ela também sofreu convulsões e precisou ficar entubada.

O bar chamado “Ministrão”, localizado no bairro Jardins, foi o primeiro interditado durante as operações contra a venda de bebidas falsificadas e adulteradas por metanol. O local é conhecido na região como um bar de happy hours.

Ainda conforme o diretor da Vigilância Sanitária, mais de 100 garrafas sem nota fiscal foram encontradas no bar.

“Hoje, teoricamente, as bebidas estavam regularizadas, mas não temos certeza se outras não foram manipuladas”, disse Bernardes.

Além do “Ministrão”, o bar Torrer, localizado na Mooca, Zona Leste da cidade, e outro estabelecimento em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, também foram interditados. Nesta terça-feira (30), o governo de São Paulo anunciou um gabinete de crise criado para investigar pelo menos 22 casos suspeitos por intoxicação, sendo 17 suspeitos e cinco já confirmados.

Vale destacar que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que não há evidências de que a facção criminosa PCC tenha ligação com o caso das adulterações de bebidas alcoólicas que causaram intoxicação e mortes por metanol. Em coletiva ele classificou as suspeitas levantadas por alguns representantes do setor como especulação.

O que é o metanol?

O metanol, encontrado na bebida ingerida por Diogo e os amigos, é uma substância altamente inflamável e de difícil identificação. Segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, é um “composto orgânico da família dos álcoois, sendo líquido à temperatura ambiente”. O cheiro do produto, que também é inflamável e incolor, se assemelha ao de uma bebida alcoólica comum. No Brasil, sua principal função é servir como matéria-prima para a produção de biodiesel.

Riscos à saúde

A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, cegueira e até a morte. Pequenas quantidades já são suficientes para provocar intoxicação grave.

O produto também é inflamável, podendo gerar incêndios e explosões em caso de manuseio inadequado. A presença de metanol em excesso na gasolina ou no etanol adulterado multiplica os perigos: além de enganar o consumidor, pode levar a falhas mecânicas graves e colocar motoristas e passageiros em risco de acidentes.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.