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Mario Sergio Cortella debate vida simples de papa Francisco: ‘mensagem contra ostentação’

Filósofo relembra que pontífice agia da mesma maneira desde quando era bispo e depois arcebispo em Buenos Aires; papa foi sepultado em túmulo simples e com sapatos gastos

Papa Francisco morreu aos 88 anos na última segunda-feira (21)

Com a morte do papa Francisco, o seu estilo de vida simples ficou ainda mais evidente durante o seu funeral. Enterrado com os sapatos gastos que usava no dia a dia, Jorge Mario Bergoglio (nome de batismo do pontífice) pediu para ser sepultado em um túmulo simples, sem adornos e com uma única inscrição: Franciscus.

Em entrevista à CNN, o filósofo e estudioso Mario Sergio Cortella relembrou que o papa sempre teve uma vida simples, mesmo antes de assumir a liderança da Igreja Católica. Para o filósofo, o modo de viver do pontífice era um recado contra a ostentação exagerada.

“A simbologia é muito forte. Essa simbologia não foi dele como modo oportunista, porque ele fazia isso como bispo e depois arcebispo, em Buenos Aires. Ele carregava a própria pasta, ele pagava a conta dele. Quando ele decide, como o papa, que ele não vai morar dentro do muro, que ele vai no outro espaço, ele dá ali um recado”, afirmou Cortella.

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“Ele tinha uma mensagem. Essa mensagem continua com ele depois da morte nos símbolos que ele deixou, significa: quem vem depois de mim, tome atenção para não ter uma ostentação exagerada. Quem vem depois de mim, não esqueça da mensagem”, acrescenta.

Para o filósofo, a humildade do pontífice lembra não só a São Francisco, quem o inspirou ao escolher o nome papal, mas também a Jesus. “Nós falamos de alguém que nasceu numa manjedoura, que era numa família pobre, que propunha a partilha de todos os bens, que falava de acolher as pessoas, fosse ela estrangeira ou não, fosse ela com alguma dificuldade ou não, fosse homem ou mulher”, relembra.

Papa Francisco morre aos 88 anos

O Papa Francisco morreu aos 88 anos na madrugada de segunda-feira (21), vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. Segundo o médico Sergio Alfieri, do Hospital Gemelli, em Roma, nada poderia ser feito em relação ao pontífice.

Depois do sepultamento, há um período de missas e homenagens na Basílica de São Pedro, ritual conhecido como Novendiales, até o dia 4 de maio. Já conclave deve iniciar entre os dias 6 e 11 de maio. O túmulo do papa será aberto à visitação a partir deste domingo (27).

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.