Presidente da Alerj, Bacellar é alvo da PF na nova fase da Operação Unha e Carne

Operação investiga vazamento de informações sigilosas da ‘Operação Zargun’ e apura envolvimento de agentes públicos com esquema criminoso

Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj é preso pela PF em ação que apura vazamento de dados sigilosos

Na segunda fase da ‘Operação Unha e Carne’, realizada na manhã desta terça-feira (16) pela Polícia Federal, no Rio de Janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), é alvo de mandados de busca.

Durante a operação desta terça, agentes da PF prenderam o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), Macário Ramos Júdice Neto. A ação investiga a atuação de agentes públicos suspeitos de vazar informações sigilosas no âmbito da ‘Operação Zargun’, que resultou na prisão do deputado estadual Thiago Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias.

Macário foi relator do caso envolvendo TH Joias no Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Ao todo, a PF cumpre um mandado de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Segundo relatório da Polícia Federal, Bacellar teria avisado o parlamentar sobre a prisão e orientado TH Joias a apagar evidências e dados do celular. Bacellar deixou a prisão no dia 9 de dezembro, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e atualmente utiliza tornozeleira eletrônica.

O presidente da Alerj foi solto após o plenário da Casa votar pela revogação de sua prisão. Foram 42 votos a favor, 21 contra e duas abstenções. Entre as medidas cautelares impostas por Moraes estão o afastamento da presidência da Alerj, o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno, a proibição de contato com outros investigados, a entrega de todos os passaportes e a suspensão do porte de arma de fogo.

Relembre a prisão de TH Joias

A Justiça do Rio de Janeiro mandou prender o deputado estadual Thiego Raimundo do Santos Silva, o TH Joias (MDB) no dia 3 de setembro. O parlamentar é ligado ao tráfico de drogas e armas para a facção Comando Vermelho (CV), segundo uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-RJ).

Além de TH, outras quatro pessoas foram denunciadas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito, segundo a CNN.

Thiego Raimundo dos Santos Silva, de 36 anos, teria usado o mandato para intermediar negócios ilegais, como a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones que seriam destinados ao Complexo do Alemão.

Também foram identificadas transações financeiras suspeitas de empresas ligadas a ele, o que indica lavagem de dinheiro. TH nasceu em uma comunidade da Zona Norte do Rio e aprendeu com o pai as funções de ourives na joalheria da família em Madureira.

TH Joias era famoso por suas peças personalizadas

Ele produzia peças personalizadas e já chegou a vender para famosos como Neymar, Vinícius Júnior, Adriano Imperador, John Kennedy, do Fluminense, L7nnon, Leo Santana, MC Poze do Rodo e também pela cantora Ludmilla.

Entre 2017 e 2018, ele chegou a ser preso por suspeita de pagar propina a policiais e vender drogas e armas. Ele também era apontado como responsável por lavar dinheiro para o Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigo dos Amigos (ADA).

Antes da carreira na política, ele apoiava iniciativas sociais ligadas ao esporte e à cultura nas favelas do Rio.

Ele se candidatou em 2022 e recebeu 15.105 votos, sendo suplente de Otoni de Paula pai. Após a morte do parlamentar em 2024, TH assumiu a cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.

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