Imagens e um documento interno revelam que, em duas ocasiões recentes, aviões da Voepass, empresa envolvida no acidente que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, tiveram problemas ligados às ocorrências de uma explosão e de fumaça no motor. O material foi obtido pelo O GLOBO.
Em um deles, foi registrado o exato momento, em que uma labareda saiu do motor de um ATR-62 600 durante uma decolagem. O avião estava no aeroporto de Araguaína (TO), em 4 de dezembro de 2023. A labareda foi provocada por um estol de compressor, sendo uma interrupção ou desordenação do fluxo de ar nos dutos do motor do avião. Após o acidente, o voo foi cancelado. O avião tem 11 anos de operação e antes de ser arrendado pela Voepass, ele passou por empresas na Índia. Hoje, está parado no hangar da aérea brasileiro, em Ribeirão Preto, devido a uma manutenção.
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Já em outro caso, em 29 de janeiro, o comandante de um avião ATR 72, de matrícula PP-PTM, relatou uma ocorrência de vazamento de óleo, provocando fumaça no motor. A aeronave tem 16 anos de uso, com todos os voos no Brasil. Começou na TRIP, empresa que foi vendida para Azul, e voa com a Voepass desde 2015. Procurada, a Voepass não se manifestou sobre as ocorrências.
Avião de Noronha
Ainda nesta semana, o jornal também revelou que um avião da Voepass que fazia rota para Fernando de Noronha tinha uma série de avarias. No momento, a Voepass chegou a cancelar todos os voos do fim de semana, da rota Fortaleza-Fernando de Noronha-Natal até o dia 31 de agosto. Eles alegam o “contingenciamento da operação” após o trágico acidente de sexta-feira (9). O avião que faz a rota, era um turboélice ATR-42 com capacidade para 48 passageiros, sendo um modelo menor do que o que caiu em Vinhedo–SP e apresentou uma série de problemas de manutenção que tem gerado grande apreensão na tripulação, de acordo uma denúncia feita em fevereiro por um tripulante para a chefia superior.
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O funcionário disse, ainda, que o avião passou por diversas avarias, incluindo um rasgo no sistema de proteção contra congelamento da asa, justamente uma das possíveis causas que podem ter levado a uma perda de sustentação do ATR-72 que se acidentou em Vinhedo.
Na denúncia, o tripulante faliu ainda, que o avião de matrícula PR-PDS fez desvios e curvas durante o voo e, ao perguntar o motivo, ouviu que era para desviar de áreas de formação de gelo. Outro documento obtido pelo GLOBO detalha inspeção do próprio avião que caiu e indica que a aeronave tinha vários problemas com “ação corretiva retardada”, ou seja, com conserto pendente.