Ouvindo...

Veja imagens da perícia no caso dos corpos encontrados em barco no Pará

A perícia utilizou padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol

A perícia dos nove corpos encontrados no barco à deriva no mar em Bragança, na costa paraense. Os trabalhos da Polícia Federal e da Polícia Científica foram finalizados. A galeria acima tem fotos do trabalho dos peritos.

O trabalho contou com a participação de mais de 30 profissionais. A perícia utilizou padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol.

Os exames nos corpos seguiram a seguinte sequência: exame radiológico; exame de vestes, pertences, documentos e adereços; exame médico-legal, com coleta de material para exames de DNA e de isótopos estáveis; exame odontolegal; exame necropapiloscópico; e estação de verificação de documentos e controle de qualidade.

Leia também

Próximos passos

Além disso, a PF coletou dados para o processo de identificação em Brasília, pelo Instituto Nacional de Criminalística e Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal, com apoio da Interpol e organismos internacionais. Também será feita a perícia do barco.

Com base nas informações preliminares obtidas até aqui, a PF acredita que a embarcação saiu da Mauritânia, na África, rumo às Ilhas Canárias, na Espanha.

O arquipélago espanhol é considerado porta de entrada de refugiados ou migrantes que buscam entrar ilegalmente na Europa. Documentos encontrados na embarcação apontam que algumas vítimas eram da Mauritânia e de Mali. Há presença de pessoas de outras nacionais não é descartada. No dia 17 de janeiro, a embarcação estava na Mauritânia, segundo detalhes apurados pela PF.

Conforme a PF, a migração de pessoas dos países africanos é uma questão humanitária que conta com milhares de pessoas desaparecidas. Apesar disso, não existem dados técnicos estruturados sobre a identificação de vítimas. Desta vez, as autoridades federais informaram que não é possível estimar o prazo para identificação dos 9 corpos encontrados na embarcação. Contudo, a PF diz que vai empenhar todos os esforços para que a identidade das vítimas seja estabelecida no menor tempo possível.

Enterro dos corpos

Os corpos serão temporariamente enterrados em Belém, no Pará, até que as vítimas sejam identificadas e as famílias sejam formalmente comunicadas. Isso irá envolver canais de cooperação policial e jurídica internacionais.

O que se sabe até aqui

As investigações da Polícia Federal apontam que o barco com corpos encontrados na costa do Pará tinha como destino às Ilhas Canárias, na costa da África Ocidental. A informação foi confirmada à Itatiaia por fontes na PF.

As Ilhas Canárias, que fazem parte do arquipélago espanhol, são consideradas porta de entrada para migrantes que buscam acessar ilegalmente no continente europeu.

A embarcação foi encontrada no sábado (13) na costa paraense. Nove corpos estavam dentro do barco que estava à deriva. A PF suspeita de que ao menos 25 pessoas estariam no barco, após terem encontrado 25 capas de chuva dentro da embarcação.

Como o barco foi localizado sem motores ou qualquer sistema de propulsão, especialistas em oceanografia afirmam que a embarcação pode ter sido impulsionada por correntes marítimas e ventos do Oceano Atlântico, que a trouxeram da costa africana para o litoral brasileiro. A distância percorrida supera os 4.000 km.

As novas informações reforçam a suspeita da PF de que as mortes podem estar associadas ao crime de contrabando ilegal de imigrantes.

Documentos localizados pela Polícia Federal apontam que a embarcação com corpos localizada à deriva na costa do Pará estava na Mauritânia, na África, no dia 17 de janeiro deste ano.

Outras documentações apontam que vítimas da Mauritânia e Mali estavam na embarcação. Apesar disso, a PF não descarta que pessoas de outras nacionalidades estivessem na embarcação.


Participe dos canais da Itatiaia:

Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.