O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública para avaliar a possível inclusão da vacina contra o meningococo do tipo B no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante já é oferecido na rede privada e protege contra o sorotipo B da bactéria Neisseria meningitidis, o mais prevalente entre os causadores da meningite meningocócica.
A consulta foi aberta nessa quinta-feira (31). Atualmente, o SUS disponibiliza vacinas contra quatro sorotipos da doença A, C, W e Y, mas não contempla a proteção contra o tipo B, mesmo diante de sua relevância clínica.
Transmissível pelo ar, o meningococo pode causar meningite meningocócica, uma inflamação grave das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode evoluir rapidamente e levar à morte. Só em 2024, o Brasil já registrou 2.357 casos de meningite bacteriana, com 454 óbitos. Entre os sobreviventes, de 10% a 20% ficam com sequelas permanentes, como surdez, amputações e danos neurológicos.
Embora a maioria dos casos registrados não tenha especificado o sorotipo da bactéria, ao menos 138 foram causados pelo meningococo tipo B, com 21 mortes confirmadas. Por isso, sociedades médicas recomendam a vacinação com o imunizante meningo B, que deve ser aplicado em três doses: aos 3, 5 e 12 meses de idade.
A proposta de incorporação foi apresentada pela farmacêutica GSK, fabricante da vacina, à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), responsável pela análise de novas tecnologias para o sistema público.
Segundo o dossiê da empresa, a inclusão da vacina teria um custo estimado de R$ 6,1 bilhões em cinco anos. No entanto, a fabricante argumenta que a medida reduziria significativamente os gastos com internações e tratamentos decorrentes da doença.
A consulta pública ficará aberta por 20 dias no site da Conitec. Após esse período, as contribuições serão avaliadas e farão parte do relatório final que decidirá sobre a recomendação ou não da inclusão do imunizante na rede pública de saúde.
*Com informações de Agência Brasil*