A Volkswagen decidiu adiar a aprovação de seu novo plano de investimentos, medida que acendeu um sinal de alerta dentro do grupo e entre fornecedores. O pacote — que envolve cifras bilionárias e define os rumos industriais e tecnológicos da empresa para os próximos anos — estava previsto para ser votado pelo conselho fiscal ainda nesta semana, mas foi suspenso diante da crescente incerteza financeira.
Segundo o jornal alemão Bild, há um déficit estimado em 11 bilhões de euros (cerca de R$ 67,6 bilhões) nas contas destinadas aos investimentos de 2026, o que inviabiliza a definição do orçamento. Fontes internas afirmam que cada marca do conglomerado está “brigando por espaço” nos recursos disponíveis, e não há garantias de que todos os projetos planejados serão mantidos.
O plano de investimento é considerado o pilar estratégico da Volkswagen, pois direciona quais modelos serão desenvolvidos, quais fábricas receberão modernizações e quais tecnologias terão prioridade. Com a indefinição, equipes de engenharia enfrentam paralisações, fornecedores não conseguem planejar produção e obras de modernização correm o risco de serem interrompidas.
Entre os projetos ameaçados está a construção de uma nova fábrica da Audi nos Estados Unidos — considerada essencial para compensar os custos extras causados pelas tarifas de importação impostas pelo governo americano. A marca também vem enfrentando queda de vendas na China e pressão por investir simultaneamente em motores a combustão e veículos elétricos, ampliando a demanda por capital.
O orçamento previsto para os próximos cinco anos, de cerca de 160 bilhões de euros (R$ 968 bilhões), já é considerado insuficiente frente às necessidades atuais. Uma fonte ouvida pelo Bild resumiu o clima interno: “Com as tarifas, vemos milhões escaparem dos nossos dedos semanalmente”.
Sem um plano fechado, o conselho fiscal da Volkswagen não recebeu a documentação necessária para aprovar o pacote. Há a possibilidade de uma reunião extraordinária ser convocada em dezembro, mas executivos já admitem que o impasse pode se estender até durante o primeiro semestre de 2026.
Investimentos no Brasil
A medida faz parte de um ciclo de investimentos de R$ 20 bilhões na América do Sul, que vai de encontro ao