BYD explica por que deixou de usar a central multimídia giratória em seus carros

Vice-presidente da empresa diz que o recurso limita a funcionalidade e a integração do equipamentos com smartphones

Interior do BYD Yuan Pro com a tela giratória no modo paisagem (horizontal)

A BYD deixará de utilizar a sua tradicional tela multimídia giratória, solução que se tornou uma das marcas registradas da fabricante chinesa nos últimos anos. O recurso, que permitia alternar o display entre os modos vertical e horizontal, será aposentado gradualmente e já não aparece no novo Yuan Pro (Atto 2 em outros mercados), primeiro modelo a adotar a mudança. A decisão representa uma reorientação na estratégia de interface da montadora, que passa a priorizar padronização e integração tecnológica.

A vice-presidente da BYD, Stella Li, explicou à revista Autocar que, embora a tela giratória tivesse forte apelo visual e fosse frequentemente destacada em avaliações e apresentações, o uso real da função pelo público era reduzido. A maior parte dos motoristas mantinha o display fixo no modo paisagem (horizontal), padrão considerado mais intuitivo para navegação, consumo de mídia e visualização de comandos. Ao avaliar dados de uso e a evolução das demandas dos consumidores, a BYD concluiu que o sistema rotativo já não oferecia uma vantagem prática significativa.

Modo vertical é pouco utilizado pelos usuários, segundo a BYD

Outro fator determinante para a mudança é a crescente importância de plataformas como Android Auto e Apple CarPlay, que funcionam majoritariamente em orientação horizontal. Com a tela fixa, a BYD resolve limitações de compatibilidade e passa a oferecer uma experiência mais estável, especialmente em recursos que dependem de conectividade constante. A decisão também está alinhada à estratégia da marca de reforçar parcerias com gigantes da tecnologia, como Apple e Google, para evoluir seus sistemas de infoentretenimento.

A transição já é perceptível em outros modelos da marca. Atualizações recentes de modelos na China, como o Dolphin e o Dolphin Mini, também eliminaram o mecanismo giratório, indicando que a mudança não se restringe a um lançamento isolado, mas a um redesenho de filosofia de produto.

A substituição por telas fixas deve facilitar futuras integrações, reduzir custos de produção e simplificar a manutenção, especialmente em mercados onde a rede técnica ainda se adapta aos novos componentes eletrônicos.

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Guilherme Silva gosta do meio automotivo desde que se conhece por gente, mas começou a trabalhar no setor por acaso. São mais de 15 anos de experiência na área, com passagens por iCarros, Carsale, Webmotors, KBB e Mobiauto, além de ter colaborado com as tradicionais revistas Autoesporte, Motor Show e Quatro Rodas, produzindo matérias de diferentes temas e cobrindo eventos e salões no Brasil e no exterior.

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