Safra brasileira de grãos 2025/26 deve alcançar 354,4 milhões de toneladas

Se confirmado, resultado representa um ligeiro aumento de 0,6%, ou seja 2,2 milhões de toneladas superior ao volume obtido no ciclo 2024/25

Trigo, principal cultura semeada, já possui 98% da área colhida

A produção brasileira de grãos na safra 2025/26 está estimada em 354,4 milhões de toneladas, representando um ligeiro aumento de 0,6%, ou seja, 2,2 milhões de toneladas superior ao volume obtido no ciclo 2024/25. Os dados fazem parte do 3° Levantamento da Safra de Grãos 2025/26, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (11).

O resultado observado no documento é reflexo da combinação do aumento de 3% na área semeada, saindo de 81,7 milhões de hectares na temporada passada para 84,2 milhões de hectares no atual ciclo, e da redução na produtividade média nacional das lavouras, estimada em 4210 quilos por hectare em 2025/26 frente a 4.310 em 2024/25.

Principal cultivo na 1ª safra, o plantio da soja chega a 90,3% da área destinada para a cultura, sendo que em Mato Grosso, principal estado produtor do grão, a semeadura está finalizada, conforme indica o Progresso de Safra publicado pela estatal nesta semana.

Na primeira quinzena de novembro, as precipitações na Região Sul permitiram um grande avanço na área plantada, enquanto nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, além de Minas Gerais, a inconstância das chuvas atrasou os trabalhos de campo. Já a partir da segunda quinzena do mês passado, as precipitações se normalizaram nessas regiões, permitindo um avanço na área semeada.

A estimativa da Conab é que na safra 2025/26 sejam destinados 48,9 milhões de hectares para o cultivo da soja, resultando em uma produção estimada em 177,1 milhões de toneladas, 3,3% acima do total produzido na safra anterior, um novo recorde se confirmado.

Outras culturas

Outra importante cultura para o abastecimento interno e cultivada na primeira safra, o arroz, tem previsão de colheita de 11,2 milhões de toneladas, redução de 12,4% em relação ao ciclo passado diante das atuais condições mercadológicas do cereal. Essa queda é influenciada pela menor área cultivada, estimada em 1,62 milhão de hectares. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor de arroz, a semeadura atinge 98% da área, enquanto que em Santa Catarina, outro importante estado produtor da cultura, o plantio está finalizado.

Dupla do arroz para muitos brasileiros, o feijão tem produção total, somadas as 3 safras da leguminosa, estimada em torno de 3 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido no ciclo passado, assegurando o abastecimento interno. O plantio da primeira safra do grão já foi concluído no Paraná e em São Paulo, e avança em outros estados com 93,8% da área semeada em Minas Gerais e 67% na Bahia.

Para o milho, a produção total, somando as três safras, está estimada em 138,9 milhões de toneladas, representando redução de 1,5% em relação ao ciclo anterior. A semeadura já alcança 71,3% de uma área de 4 milhões de hectares destinada ao cereal neste primeiro ciclo, com a produção prevista em 25,9 milhões de toneladas, aumento de 3,9% sobre a safra anterior.

Dentre as culturas de inverno, a safra 2025 está na fase final de colheita. O trigo, principal cultura semeada, já possui 98% da área colhida, com produção estimada em 8 milhões de toneladas. O volume é 0,9% superior ao registrado no ciclo anterior, diante das condições climáticas predominantemente favoráveis ao longo do ciclo, ainda que tenham ocorrido, pontualmente, fatores adversos em algumas regiões.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), de janeiro a novembro foram exportadas 104,79 milhões de toneladas da soja em grãos, volume recorde para o país, ultrapassando as 101,87 milhões de toneladas vendidas ao mercado internacional em todo o ano de 2021. Essa comercialização registrada nos 11 meses de 2025 gerou uma arrecadação de US$ 42 bilhões.

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*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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