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Exportação de café de Minas dispara quase 50% em 2025; estado lidera em expansão

No ranking nacional dos principais estados exportadores do agro, Minas foi o que apresentou o maior crescimento no período

Aumento nas vendas de café foi de 48%

As exportações do agronegócio mineiro alcançaram US$ 14,5 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2025, com crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No ranking nacional dos principais estados exportadores do agro, Minas foi o que apresentou o maior crescimento no período.

O café lidera a pauta exportadora. O grão mineiro alcançou US$ 7,77 bilhões, representando mais da metade (cerca de 53%) da receita total do agro do estado. O aumento nas vendas de café foi de 48% em relação ao mesmo período de 2024, consolidando Minas como o estado que mais expandiu as exportações no país.

Minas Gerais responde, por aproximadamente 70% das exportações brasileiras de café, confirmando sua liderança absoluta no mercado. A assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Manoela Teixeira, atribuiu o resultado “expressivo” principalmente ao bom momento do café, favorecido pela alta das cotações no mercado internacional, impulsionada pela baixa oferta e aumento do consumo global.

Diversidade e projeções positivas

Apesar da redução de 7,6% no volume total embarcado – que somou 13 milhões de toneladas –, a valorização do preço médio dos commodities garantiu o saldo positivo na receita. Atualmente, Minas é o terceiro maior exportador do agro nacional, atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo, contribuindo com quase 13% da receita do setor no Brasil.

A pauta exportadora do estado é ampla e diversificada. Ao todo, 615 diferentes produtos agropecuários mineiros foram enviados para 175 países. Além do café, os principais itens na lista são o complexo soja, o setor sucroalcooleiro, carnes e produtos florestais.

Os principais destinos dos produtos mineiros são a China (25%), Estados Unidos (11%), Alemanha (8%), Itália e Japão (5%). Para o café, os maiores compradores continuam sendo Estados Unidos, Alemanha e Itália, atraídos pela alta qualidade do grão produzido no estado.

Soja e sucroalcooleiro em retração de volume

Enquanto o café deslanchou, outros setores importantes registraram variações:

  • Complexo Soja: as exportações de grãos, óleo e farelo somaram US$ 2,6 bilhões. No entanto, o volume embarcado teve queda de 7%, atingindo 6,5 milhões de toneladas.
  • Sucroalcooleiro: volume de 3,3 milhões de toneladas gerou US$ 1,5 bilhão, uma queda de 19,9% na receita, indicando que a produção de etanol no mercado interno tem se mostrado mais rentável para os produtores.

Carnes e produtos florestais em crescimento

Em contrapartida, os setores de carnes e produtos florestais apresentaram resultados positivos na receita:

  • Carnes: setor (bovina, suína e frango) alcançou US$ 1,3 bilhão, com uma alta de 6,8% na receita em relação a 2024.
  • Produtos florestais: celulose, madeira e papel geraram aproximadamente US$ 765 milhões, com um volume embarcado de 1,3 milhão de toneladas.

A expectativa da Seapa para o final do ano é otimista, projetando que o estado supere o recorde de vendas de produtos agropecuários, que atingiu US$ 17 bilhões no ano passado.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde