Ouvindo...

Gripe aviária no Brasil: entenda a doença e os riscos de contaminação em humanos

Primeiro caso confirmado no país acende alerta para os riscos da contaminação

Saiba mais sobe os riscos das doença

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta sexta-feira (16) o primeiro foco do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) - a gripe aviária - em uma granja de aves comerciais, no Rio Grande do Sul.

O caso confirmado acende alerta para os riscos da doença no consumo de frango e ovos e a produção e exportação da carne no país. Até o momento, China e União Europeia já suspenderam a compra da carne brasileira.

Já os países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Filipinas aprovaram a regionalização, ou seja, restringiram apenas a compra da carne do Rio Grande do Sul, onde está o foco da doença.

Humanos podem pegar?

Segundo o Ministério da Saúde, sempre que os vírus da influenza aviária circulam entre aves, existe o risco de ocorrência esporádica de casos humanos pela exposição a aves infectadas ou ambientes contaminados.

Portanto, o controle da doença em animais é uma medida essencial para reduzir o risco ao ser humano e ao ambiente, sendo fundamental que as vigilâncias animal e humana atuem em constante comunicação, trabalhando de forma coordenada e se fortalecendo mutuamente. Até o momento, o vírus da influenza aviária não infecta humanos com facilidade e, quando ocorre, geralmente a transmissão de pessoa a pessoa não é sustentada - ou seja é branda.

Posso pegar gripe aviária comendo frango?

Até o momento, não há registros de contaminação por gripe aviária a partir do consumo de frango ou ovos devidamente preparados. No entanto é recomendado comer carne de frango e ovos sempre cozidos.

Sintomas

Os casos da doença podem ocorrer desde um quadro de infecção respiratória leve até a progressão rápida para desconforto respiratório, pneumonia grave e óbito.

Sintomas gastrointestinais como náusea, vômito e diarreia são mais frequentes na infecção por influenza A (H5N1). Os sintomas iniciais comuns são febre alta (maior ou igual a 38°C) e tosse seguida de dispneia ou desconforto respiratório. Dor de garganta ou coriza, são menos comuns.

Transmissão

As aves, quando infectadas, podem disseminar vírus através da saliva, secreções de mucosas e fezes. A infecção se dá tanto pelo contato direto (respirar o vírus contido em gotículas ou partículas transportadas pelo ar) ou pelo contato com superfícies contaminadas por ave infectada e depois tocando seus próprios olhos, boca ou nariz.

As pessoas raramente contraem a influenza aviária, mas quando isso ocorre, geralmente é devido ao contato direto desprotegido (sem uso de equipamentos de proteção individual como luvas, roupas de proteção, máscaras, respiradores ou proteção dos olhos) com aves infectadas.

  • Transmissão de ave para pessoa: A transmissão do vírus da IA para os humanos é rara. Quando ocorre, se dá por exposição a aves infectadas ou inalação de partículas contaminadas com as suas excreções.
  • Transmissão de pessoa para pessoa: A propagação do vírus H5N1 entre humanos, pelo contato próximo prolongado e desprotegido, tem sido relatada muito raramente, sendo limitada, ineficiente e não sustentada.

Todos os casos suspeitos devem ser submetidos à coleta de amostra de secreção nasofaríngea (SNF) o mais rápido possível, seguindo a mesma forma da coleta para diagnóstico dos demais vírus influenza. Deve-se efetuar, preferencialmente, o aspirado de secreção nasofaríngea (ASN), não sendo possível efetuar a coleta da secreção nasofaríngea (SNF) por meio de swab.

Tratamento

Em casos suspeitos, prováveis ou confirmados, é indicada a prescrição do medicamento antiviral, fosfato de oseltamivir, o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.

Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento é recomendado por um período mínimo de cinco dias, mas pode ser prolongado até que haja melhora clínica. A pasta disponibiliza o medicamento nas apresentações de 30mg, 45mg e 75mg.

Leia também

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde