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‘Diagnóstico’ confirma que Minas é o estado com maior número cachaçarias legalizadas do país

Pesquisa realizada pelo Governo de Minas, mostrou também a predominância dos pequenos empreendimentos e presença significativa da mão de obra familiar

Conforme antecipado pela Itatiaia, o governo de Minas, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), lançou nessa quinta-feira (4), o “Diagnóstico da Produção da Cachaça de Alambique no Estado”, na abertura da 33ª Expocachaça que acontece até domingo no Centerminas, no bairro União.

O levantamento foi realizado com o objetivo de conhecer mais profundamente a cadeia produtiva e direcionar ações de promoção e valorização do produto. Foram ouvidos 106 estabelecimentos de cachaça de alambique registrados junto ao Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), encaminhadas por meio de formulário on-line, respondidos voluntariamente no ano passado.

De acordo com o estudo:

  • Minas é o estado com o maior número de cachaçarias legalizadas no país, com 353 estabelecimentos cadastrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 2022.
  • Cerca de 45% dos empreendimentos que participaram da pesquisa têm menos de 5 hectares cultivados com cana-de-açúcar e 87% podem ser classificados como de pequeno porte, uma vez que produzem dentro de uma faixa de até 800 litros de cachaça por dia.
  • Também foram levantadas informações sobre tributação, assistência técnica, municípios com a maior produção, envelhecimento, o cultivo da cana de açúcar e análises da bebida, dentre outros tópicos.

O secretário de Estado da Agricultura, Thales Fernandes, disse que “a produção da cachaça de alambique é uma tradição mineira que passa de geração a geração, com peso significativo na geração de renda e empregos. No ano passado, a bebida foi a mais exportada pelo estado, em negociações que renderam, aproximadamente, US$1,2 milhão. “Conhecer os detalhes do setor é uma forma de aprimorar e expandir o trabalho da Secretaria de Agricultura”, disse.

Geraldo é produtor exemplar, segundo estudo

O produtor Geraldo Daniel Souza, do alambique Requinte do Emboque, no município de Raul Soares, na Zona da Mata, foi identificado pela equipe responsável pelo Diagnóstico como um agricultor familiar exemplar. A cachaça que ele produz é registrada há cinco anos e a legalização agregou valor ao produto. “Antes do registro, vendíamos a garrafa pet de 2 litros por R$ 20. Agora, estamos vendendo na Expocachaça a garrafa de 700 ml por R$ 40. Valorizamos o produto e conseguimos novos mercados”, disse.

O empreendimento tem produção diária de 250 litros e é considerado de pequeno porte. Conta com a participação efetiva da família na condução da atividade há quase três décadas.

“Estamos próximos de usinas de açúcar e álcool, mas o nosso cultivo de cana é pequeno para vender para indústria. A produção de cachaça é uma forma de agregar valor e transformar o negócio numa fonte de renda da família. Hoje, a bebida é bem vista nos mercados nacional e internacional e temos visibilidade para o nosso produto”, contou Geraldo.

Minas Gerais é líder na produção de cachaça de alambique no Brasil, com volume estimado em 13,5 milhões de litros por ano.

Emater-MG vai promover 1º Concurso de Cachaças

A exemplo do que já acontece com os concursos estaduais de qualidade do café e dos queijos artesanais, que garantem visibilidade, valorização e abertura de novos mercados para os produtos, a Emater-MG está promovendo o 1º Concurso de Avaliação da Qualidade das Cachaças de Alambique e Aguardentes de Cana Mineiras – Cachaças Mineiras 2024.

O produtor interessado deve procurar o escritório da Emater-MG de seu município até o dia 19/7. O regulamento está disponível para consultas no site da Emater-MG.

www.ematermg.gov.br

(*) Com informações da Agência Minas.

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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