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Dia da Cachaça Mineira: diagnóstico inédito do setor será lançado em julho

Seapa está em fase final de redação do documento que deverá ser lançado durante a Expocachaça 2024; aprenda truque para saborear melhor bebida e entenda por que ela não congela

Hoje (21), comemora-se no Estado o Dia da Cachaça Mineira. A data foi escolhida por coincidir com o início da safra de cana-de-açúcar. “Foi uma sugestão minha”, orgulha-se o empresário José Lúcio Mendes, às voltas com os preparativos finais da Expocachaça 2024 que, esse ano, acontecerá no Center Minas Expo, atrás do Minas Shopping, de 4 a 7 de julho.

Apaixonado pela bebida, ele está à frente do evento e trabalha pelo desenvolvimento do setor e a quebra de preconceito da bebida desde os anos 90, quando era vice-presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Na opinião dele, a grande expectativa do setor esse ano gira em torno do lançamento do Diagnóstico da Cachaça Mineira, que está em fase de conclusão pela equipe técnica de Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seapa).

“Acreditamos que esse documento trará um importante diagnóstico do setor. Precisamos ter um ‘plano de voo’ para sabermos como agir, como ajudar os produtores e fomentar essa cadeia tão importante”, comentou o empresário.

Mesmo pensamento tem Jaqueline Santos, diretora de Comercialização e Mercados da Seapa. Ela contou à Itatiaia que foi feito um levantamento dos produtores registrados, junto ao Mapa, que é o órgão que detém as informações mais seguras, ao lado do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Na sequência, de forma voluntária, essas pessoas foram convidadas a responder um questionário.

A má notícia é que ela acredita que a adesão tenha ficado abaixo do esperado - apenas um terço do total - uma vez que grande parte dos produtores ainda teme a fiscalização. “Na verdade, o que queremos é apenas entender o mercado e poder ajudar os produtores da melhor forma possível”, salientou.

Jaqueline que trabalha com a cadeia da cachaça, pelo estado desde 2015, conta que viu, a partir de 2019, iniciativas mais consistentes em prol da bebida. Uma das mais importantes foi desenhada no ano passado, ganhando o pomposo título de “O Grande Projeto - Ações de Promoção da Cachaça de Qualidade em Minas”.

Jaqueline explicou que, antes dessa estrururação, as ações em defesa da cadeia eram muito pulverizadas e desconexas. O projeto unificou as iniciativas e definiu quatro nortes: incentivo à formalização por meio de palestras com foco em educação sanitária; promoção da cachaça regularizada, através de rodadas de negócios; realização de eventos institucionais e a atualização da legislação mineira que, segundo ela, inclusive confronta um pouco com a federal.

Desinformação e baixa interlocução estão entre os principais gargalos

Na avaliação da diretora, entre os que produtores que já estão regularizados, a grande dificuldade é o mercado, encontrar grandes e bons compradores; Outro problema é a capacitação. Muitos querem, por exemplo, exportar, mas não se capacitam para isso. Jaqueline vê ainda a desinformação e a baixa interlocução com o governo como temas a serem trabalhados.

De qualquer forma, ela acredita que no Dia da Cachaça Mineira, há motivos para se comemorar: afinal os produtores têm se profissionalizado cada vez mais, entendido a importância das boas práticas e, com isso, agregado valor a suas bebidas.

Jaqueline revelou ainda o Diagnóstico da Cachaça poderá ser lançado na abertura da Expocachaça em julho. “Estamos trabalhando pra isso”.

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“Gosto com bastante gelo, por ser uma bebida destilada como o whisky. Outra boa opção é deixá-la no congelador por algumas horas. Ela não congela, mas fica licorosa, ótima para tomar na beira da piscina. Pode-se também misturá-la com água com gás e acrescentar frutas, compondo deliciosos drinks”.

Segundo ele, a cachaça não congela porque quanto mais álcool uma bebida tem, mais baixa deve ser a temperatura para que ela congele. Isso porque o ponto de congelamento da água é de 0°C, enquanto o do álcool puro é de -112°C.


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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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