O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), suspendeu o leilão de
Em resposta, o governo zerou o imposto de importação para países fora do Mercosul. “Estão especulando? Não tem problema. Buscamos em outros lugares”, disse Fávaro.
O ministro contou que, após saber da especulação de preços no Mercosul, pediu uma reunião de emergência, na quinta-feira (16), com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
“A decisão foi do presidente”, disse Fávaro, ao se referir à suspensão do leilão e à isenção do imposto de importação do arroz. O leilão de compra do grão seria feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, até o momento, não há uma nova data para acontecer.
Paraguai, Uruguai e Argentina são os principais fornecedores externos de arroz para o mercado nacional. E, como o bloco é uma zona de livre comércio, eles não pagam imposto para vender ao Brasil. Agora, com as taxas zeradas para o restante do mundo, outros países devem entrar na disputa. A isenção tem validade até 31 de dezembro de 2024.
Arrozeiros nacionais não estão de acordo com manobras
Quem não está gostando nada dessas tentativas de importar o grão são os produtores nacionais. A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz) chegou a solicitar ao governo, na semana passada, que cancelasse o leilão da Conab. E, há cerca de 15 dias,
“É só uma questão só de abrir o sol e terminar a colheita. As perdas, até onde sei, foram pequenas. Esse é, por exemplo, o meu caso pessoal. Eu sou produtor de arroz e de soja, na região de Bagé. Ainda tenho muita soja para colher e arroz também e não sofri prejuízos. Minhas lavouras estão bem,” disse ele, na ocasião.
Fávaro disse que intenção da importação seria proteger os produtores nacionais de garantir o arroz na mesa do brasileiros
Fávaro rebateu que o estado enfrenta, nesse momento, um problema de logística.
“O arroz não consegue sair de lá, não se consegue emitir nota fiscal”, disse o ministro.
Segundo ele, mesmo que haja rotas alternativas, o custo logístico também se tornou um problema. “Vai você contratar um frete agora? Vai lá buscar o arroz no Rio Grande do Sul? Filas, o frete 20%, 30%?”, provocou. “Nós precisamos tomar medidas de apoio para abastecer o mercado e garantir estabilidade. E é o que estamos fazendo. Não é em detrimento dos produtores”, reafirmou o ministro.
Outras medidas de apoio do MAPA
Para ajudar os produtores gaúchos afetados pelas chuvas, o governo suspendeu por mais de 100 dias o vencimento de parcelas de operações de crédito rural. O MAPA terá um escritório itinerante com equipe de técnicos percorrendo as regiões mais atingidas para entender as principais demandas dos produtores.
“Para começarmos a construir, precisamos dar condições da reconstrução”, disse o ministro, acrescentando que máquinas e equipamentos serão entregues às prefeituras de áreas mais atingidas.