O Queijo Artesanal de Minas da Mantiqueira foi a atração principal da sala de aula de gastronomia do Unibh, em parceria com a Le Cordon Bleu, nesta quinta-feira (4). A iniciativa, organizada pela Rota do Queijo de Minas, trouxe o produtor Henrique Lamim, do Queijo Maranata, para uma aula prática e imersiva.
Henrique Lamim, que comanda o Rancho Maranata na cidade de Virgínia, transportou a essência da Mantiqueira para a capital mineira, montando uma “mini queijaria” na cozinha experimental da universidade. Ele utilizou 30 litros de leite cru e fresco produzido em sua fazenda, seguindo à risca o modo de fazer que confere ao Queijo Artesanal sua identidade única.
Da montanha ao reconhecimento internacional
Emocionado com o convite da Rota do Queijo, Lamim destacou a importância de levar essa tradição para os futuros chefs. “Eu nunca imaginei isso, saí da Mantiqueira, uma região no meio das montanhas, onde ninguém achava a gente, e poder trazer essa tradição é maravilhoso,” contou o produtor.
Produtor Henrique Lamim com alunos e professor do curso de gastronomia
Ele lembrou que o queijo da região, por muito tempo, foi chamado de parmesão devido à influência dos imigrantes italianos. Hoje, porém, “ele tem nome e sobrenome, tem um modo de fazer reconhecido, caracterizado pelo estado de Minas Gerais. Então, para a gente é um prazer imenso,” afirmou, ressaltando o valor da divulgação do produto em Belo Horizonte, uma capital que consome muito o queijo da Mantiqueira.
Queijos Maranata, da Mantiqueira de Minas
Na aula, os alunos acompanharam a técnica, desde a coagulação com o soro-fermento, o terroir que dá o sabor característico, até a prensagem manual das seis peças de meio quilo produzidas.
Alunos enformando o queijo
‘Dia histórico para o queijo mineiro’
Para Jordane Macedo, idealizador do projeto Rota do Queijo de Minas, a parceria com o Unibh e Le Cordon Bleu marca um dia histórico. “Estar aqui nessa escola que é reconhecida mundialmente, na escola francesa Le Cordon-Bleu, a gente fazendo queijo mineiro, ensinando queijo da Mantiqueira de Minas, é inédito,” celebrou Macedo. O projeto, que cataloga e divulga as regiões produtoras, permite que os alunos conheçam e valorizem a diversidade dos queijos artesanais de Minas Gerais.
Jordane cortou queijos do produtor para os alunos
A experiência foi considerada "única” pelos estudantes. Jonas de Paiva, aluno do primeiro período de gastronomia, relatou que nunca tinha feito queijo: “A gente acha que é simples, mas tem várias técnicas que vêm desde lá dos queijos tradicionais europeus, com a identidade agora dos queijos mineiros. Isso é muito bom para a gastronomia local.”
Já a aluna Fernanda Braga saiu da aula com um objetivo: “Foi uma experiência maravilhosa. Nunca tinha feito queijo. Inclusive, estou levando soro fresco para casa para eu fazer o meu queijo também,” disse.