O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul),
“Contestamos o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ontem, a esse respeito, durante uma reunião. Mas não queremos arranjar briga com quem quer que seja. De qualquer forma, é fato que esse é um anúncio totalmente desnecessário”.
De acordo com o presidente da Farsul, o arroz produzido no Estado está colhido, faltando apenas 20 ou 30% nos arrozais. É uma questão só de abrir o sol e terminar a colheita. Essa é uma cultura produzida embaixo d’água e as perdas, até onde sei, foram pequenas. “Esse é, por exemplo, o meu caso pessoal. Eu sou produtor de arroz e de soja, na região de Bagé. Ainda tenho muita soja para colher e arroz também e não sofri prejuízos. Minhas lavouras estão bem.” Segundo ele, apenas no litoral, há alguns armazéns inundados, com um metro embaixo d’ água. “Acho que isso assustou o governo”, comentou.
Segundo ele, “talvez, vá nos faltar algum arroz na próxima safra, no verão de 2025: janeiro, fevereiro ou março de 2025, como aconteceu no ano passado em que chegamos a vender arroz a R$ 140 a saca de 50 kg. “
Então, achamos desnecessária qualquer ação extra de importação porque essas acontecem normalmente pelo Tratado do Mercosul. Quando é necessário, importamos da Argentina, do Uruguai ou Paraguai, até porque a logística paraguaia está mais próxima de nós do que de São Paulo. O que está acontecendo agora é uma questão de logística: temos arroz, mas não temos como entregá-lo por uma questão de logística. Faltam estradas. A principal rota de escoamento de arroz passa por Porto Alegre e por lá está tudo interditado. Se houver um pequeno desabastecimento, será momentâneo. É mais um anúncio para acalmar o mercado do que algo que realmente será necessário e que vai acontecer”,
Produtores vão precisar de crédito extra
Vale lembrar que 60 a 70% do arroz consumido no Brasil vem do Rio Grande do Sul. Gedeão disse que na reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi reforçada a necessidade de crédito extra para que os produtores rurais do estado tenham condições de se reerguer.
“Nas safras passadas quando formos atingidos pela seca, deixamos de colher 30 milhões toneladas de grãos, o que impactou severamente até no caixa do governo do estado. “Então, já viemos de perdas muito grandes nos anos anteriores e vamos precisar de ajuda”.