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Refrigerantes, mesmo os ‘zero açúcar’, aumentam risco de doenças no fígado, aponta estudo

Pesquisa com mais de 100 mil pessoas no Reino Unido revela que até uma lata por dia de bebidas adoçadas, com açúcar ou adoçante, pode elevar em até 60% o risco de problemas hepáticos

Beber refrigerantes, mesmo em pequenas quantidades, pode representar um perigo para o fígado. Um novo estudo britânico apresentado em Berlim indica que o consumo diário dessas bebidas, inclusive das versões com adoçante, está associado a um risco até 60% maior de desenvolver doenças hepáticas de origem metabólica.

A pesquisa acompanhou mais de 123 mil adultos por dez anos, todos sem histórico de problemas no fígado. Ao longo do período, foram registrados mais de mil novos casos de doença hepática associada à disfunção metabólica (DHEM) e mais de 100 mortes relacionadas a complicações do órgão.

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Segundo os pesquisadores, as bebidas açucaradas aumentam em 50% o risco de DHEM, enquanto as versões com adoçantes artificiais elevam a probabilidade em até 60%. “As pessoas costumam ver os refrigerantes diet como uma opção mais saudável, mas nossos dados mostram o contrário”, explicou o pesquisador Lihe Liu, autor principal do estudo.

A DHEM, antes conhecida como fígado gorduroso não alcoólico, é causada pelo acúmulo de gordura no órgão e pode provocar inflamação, fadiga e dores abdominais. Hoje, estima-se que cerca de 38% da população mundial sofra com essa condição, um aumento de 50% nos últimos 20 anos, impulsionado pelo alto consumo de bebidas industrializadas.

Os cientistas explicam que o açúcar causa picos de glicose e insulina, favorecendo o ganho de peso e o acúmulo de gordura hepática. Já os adoçantes artificiais alteram a flora intestinal, interferem na sensação de saciedade e podem estimular a produção de insulina. O estudo conclui que até uma lata por dia já é suficiente para causar danos.

A recomendação dos especialistas é dar preferência à água, manter uma alimentação equilibrada e praticar atividade física regularmente.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.