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Abrasel realiza treinamento com orientações para identificar bebidas falsificadas

Minas Gerais não tem nenhuma ocorrência; entidade segue com ações de conscientização, que somente no 1º dia, capacitou mais de duas mil pessoas.

Treinamentos gratuitos ensinam empreendedores a identificar bebidas falsificadas.

Treinamentos online e gratuitos estão sendo promovidos pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e pela Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD). As capacitações oferecem certificado e fornecem orientações práticas para que os empreendedores aprendam a identificar bebidas falsificadas e diferenciar produtos autênticos.

Na primeira edição da capacitação, que foi ministrada por Daniel Monferrari, head de Proteção às Marcas e Segurança Corporativa da Diageo, participaram mais de duas mil pessoas.

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Os horários dos treinamentos e links das reuniões podem ser encontrados no Instagram oficial da Abrasel.

De acordo com o especialista, a análise começa pela tampa: tampas originais apresentam acabamento preciso, sem amassamentos ou espaçamentos, e com arte impressa de alta qualidade. Já a presença de lacres plásticos sobrepostos a tampas decoradas é um forte indicativo de adulteração.

Outro ponto de atenção citado por Daniel é o selo fiscal, obrigatório em bebidas destiladas importadas. Produzido pela Casa da Moeda, o selo autêntico possui holografia progressiva que revela apenas uma letra por vez — R, F ou B. O treinamento também orientou sobre a análise do líquido: garrafas da mesma marca devem ter o mesmo nível de enchimento e líquidos translúcidos, sem impurezas. Diferenças de coloração entre unidades idênticas podem indicar falsificação.

O especialista também reiterou que os rótulos e contrarrótulos precisam ser cuidadosamente analisados. Produtos legítimos apresentam impressão de alta qualidade, com informações obrigatórias em português, como ingredientes, origem e número de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Além disso, erros de grafia são considerados sinais claros de falsificação.

Além dos aspectos técnicos, o treinamento alerta para os riscos legais e sociais do mercado ilegal. Estabelecimentos que compram de canais informais ou deixam de exercer cautela na aquisição de bebidas podem ser responsabilizados criminalmente.

Outro ponto de destaque do treinamento é o descarte correto das garrafas vazias. Segundo Daniel, 100% das bebidas falsificadas identificadas em operações policiais foram envasadas em garrafas originais reutilizadas. Por isso, recomenda-se que bares e restaurantes adotem políticas de descarte que incluam a destruição ou descaracterização dos rótulos.

Treinamento é etapa importante da prevenção

Sobre a capacitação promovida entre as entidades do setor, Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, declarou: “assumimos a responsabilidade de orientar os estabelecimentos do setor sobre como agir em casos suspeitos, reforçando que a prevenção começa com informação correta. O objetivo do treinamento é orientar sobre os sinais de adulteração e protocolos de segurança, para que nenhum bar ou restaurante seja vítima de falsificadores e, principalmente, para proteger a saúde da população”.

O presidente da ABBD, Eduardo Cidade, também destacou a importância da capacitação: "é essencial separar o setor produtivo formal — que cumpre padrões rígidos de qualidade, segurança e conformidade regulatória — da atuação criminosa do mercado ilegal. A expansão desse mercado no Brasil não apenas coloca em risco a saúde da população. Um produto ilegal é vendido, em média, 35% mais barato do que o original e a diferença podendo chegar a até 48%, resultado da alta carga tributária do setor e da impunidade, que estão entre os principais fatores que estimulam o comércio ilícito”.

O presidente da Abrasel no Sul de Minas, SEHAV e ACIV, André Yuki, reforça o compromisso com a integridade dos bares e restaurantes e com a segurança dos consumidores. “A iniciativa conjunta da Abrasel, ABBD e Abrabe representa um marco essencial na luta contra a falsificação de bebidas. A capacitação oferecida é mais do que uma ferramenta técnica — é um verdadeiro escudo de proteção para os empreendedores que atuam com responsabilidade e ética”, ressaltou.

Ainda segundo André, saber identificar sinais de adulteração, compreender os riscos legais e sociais do mercado ilegal e adotar práticas seguras de descarte são atitudes que fortalecem a credibilidade dos estabelecimentos e protegem a saúde da população. “Não podemos permitir que o comércio ilícito continue ameaçando vidas, enfraquecendo o setor de alimentação fora do lar e prejudicando o turismo brasileiro. É hora de agir com firmeza, informação e responsabilidade. Que cada bar, restaurante e distribuidor se torne um agente ativo na defesa da legalidade, da qualidade e da confiança no setor de bebidas. Lembrando que não houve nenhuma ocorrência no Sul de Minas e em Minas Gerais”, concluiu.

Para a diretora executiva da Abrasel no Sul de Minas e SEHAV, Ana Luísa Alves, a participação dos associados e empresários nas capacitações é fundamental para que o setor esteja cada vez mais preparado e protegido contra a ação de falsificadores. “O conhecimento é a principal arma para garantir a segurança dos clientes e a credibilidade dos estabelecimentos. Também é importante alertar os consumidores: fiquem atentos na hora de pedir seus drinks, observem a procedência das bebidas e deem preferência aos bares e restaurantes que já conhecem e confiam. Desconfiem sempre de preços muito abaixo do mercado, pois podem ser um indício de adulteração. A união entre empreendedores bem informados e consumidores conscientes é essencial para fortalecer o setor de alimentação fora do lar, preservar vidas e combater o comércio ilegal”, enfatizou.

Uma cartilha com orientações pode ser conferida neste link.