Um estudo brasileiro identificou que a ‘Dieta Mediterrânea’ está associada a menores índices de ansiedade e depressão. O cardápio rico em frutas, hortaliças, grãos integrais, castanhas e peixes pode ajudar não apenas na saúde do coração, mas também no bem-estar mental.
A pesquisa, realizada na Faculdade de Saúde Pública da USP, analisou os hábitos alimentares e a saúde emocional de 199 adultos atendidos em um centro de saúde em São Paulo. Para medir os sintomas, os especialistas aplicaram o inventário de Beck, questionário internacionalmente validado que avalia indicadores de depressão e ansiedade.
De acordo com a nutricionista Lara Natacci, autora principal do trabalho, os resultados mostraram que quem seguia mais de perto o padrão alimentar mediterrâneo relatava menos sintomas de transtornos mentais. “Quanto maior a adesão à dieta, menor foi a presença de ansiedade e depressão”, afirmou.
A ‘Dieta Mediterrânea’ se destaca pelo consumo frequente de alimentos frescos, azeite de oliva, peixes e oleaginosas, ao mesmo tempo em que reduz a ingestão de carnes vermelhas, ultraprocessados e açúcares. Esse perfil alimentar já é amplamente reconhecido por contribuir para a saúde cardiovascular, mas o estudo reforça seus impactos positivos também na mente.
A pesquisadora destaca que não se trata de uma solução isolada para transtornos mentais, mas de um fator de proteção. “A alimentação deve ser vista como parte de um conjunto de cuidados que inclui atividade física, acompanhamento médico e suporte psicológico”, disse Natacci.
O trabalho brasileiro soma evidências à literatura internacional que relaciona dieta e saúde mental, e sugere que políticas públicas de promoção da alimentação saudável podem desempenhar um papel importante na prevenção de problemas como ansiedade e depressão.
