A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) decidiu, nesta quarta-feira, não incluir a semaglutida, sendo o princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy, nem a liraglutida, presente no Saxenda, no tratamento da obesidade oferecido pelo SUS.
A proposta analisava a oferta da semaglutida as pessoas com obesidade e histórico de doença cardiovascular, sem diagnóstico de diabetes, a partir dos 45 anos. Já a liraglutida seria destinada a pacientes com obesidade associada ao diabetes tipo 2.
De acordo com o Cinetc, responsável por decidir se o tratamento deve ou não entrar no sistema público de saúde, apontou o alto custo das chamadas “canetas emagrecedoras” como principal entrave para a incorporação. Em maio, a própria Conitec já havia emitido parecer contrário, estimando que somente a semaglutida poderia gerar gastos de pelo menos R$ 3,4 bilhões em cinco anos.
Na época, a comissão também ressaltou a necessidade de acompanhamento multiprofissional, incluindo suporte psicológico, para quem usa os medicamentos, o que dificultaria a adoção em larga escala no SUS. Em junho, após o parecer, foi aberta uma consulta pública para ouvir especialistas e a sociedade sobre o tema.
Em julho, durante a cúpula dos Brics no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a incorporação dependeria de comprovação de eficácia.
No início deste mês, a Fiocruz anunciou um acordo com a farmacêutica EMS para produzir versões nacionais da semaglutida e da liraglutida. A fabricação em instituição pública poderia reduzir custos e facilitar a oferta pelo governo, mas, antes, é necessário obter aprovação da Conitec.
