A depressão materna pode comprometer o vínculo com o bebê e impactar o desenvolvimento da criança no futuro, concluiu um artigo publicado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul.
O artigo, publicado na revista científica
O professor da UFPel e um dos autores do artigo, o psicólogo Tiago Neuenfeld Munhoz, pontuou que “embora a depressão seja muito afetada por fatores socioeconômicos, a maioria das pesquisas são feitas em países ricos, e são estudos transversais, ou seja, que não fazem um acompanhamento a longo prazo”.
“Mães com depressão têm dificuldade de se conectar aos filhos, afetando o vínculo com eles. Há menos afetividade, menos sorrisos, menos toque e estímulos”, exemplifica Munhoz.
Segundo o professor e sua equipe, essas mães podem adotar ainda práticas educativas chamadas coercitivas ou punitivas, como hostilidade e até agressão física e verbal, e podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo da criança.
“Muitas passam por altos e baixos emocionais e, até certo ponto, essas flutuações podem ser normais e transitórias. Mas a depressão materna é um problema sério para a mãe e a criança, e o médico obstetra é peça-chave para sua detecção desde o pré-natal até o puerpério”, alerta o ginecologista e obstetra Mariano Tamura, do Einstein Hospital Israelita.
Para Tamura, é importante ficar alerta nas primeiras duas semanas pós-parto e "“O médico deve perguntar sempre como a mulher se sente emocionalmente, como está seu ânimo, esperança e como tem sido cuidar do bebê".
Caso seja detectado um quadro de depressão materna é importante que o profissional de saúde dê suporte e consulte com mais frequência se necessário, além de prescrever medicação e encaminhar para psicólogo ou psiquiatra.
*Com informações da Agência Einstein