Uma pesquisa Datafolha, realizada em parceria com a farmacêutica Novo Nordisk, revelou que 62% dos brasileiros ficariam muito ou extremamente preocupados com um diagnóstico de gordura no
A esteatose, que acomete cerca de 30% da população mundial, pode evoluir para quadros graves como cirrose ou até câncer hepático. Ainda assim, expressões como “MASH” (esteato-hepatite associada à disfunção metabólica) ou “NASH” (esteato-hepatite não alcoólica) são praticamente desconhecidas entre os entrevistados: apenas 1% e 0%, respectivamente, afirmaram conhecê-las.
Os dados foram coletados entre os dias 11 e 13 de fevereiro, com 2.013 pessoas de todas as regiões do país. A amostra representa diversos perfis sociais e demográficos, com predominância de mulheres e pessoas negras, e média de idade de 43 anos.
Causas que podem comprometer o funcionamento do fígado
Apesar de
A causa mais frequente da condição, segundo especialistas, é a esteatose ligada a fatores metabólicos, como obesidade e diabetes. “Quanto maior o número de fatores metabólicos que o indivíduo apresenta, maior o risco de desenvolver gordura no fígado”, explica Cristiane Villela, professora titular de Clínica Médica e Hepatologia da UFRJ, à Folha de S. Paulo.
O levantamento mostra que 66% dos participantes têm sobrepeso ou obesidade, o que se alinha ao índice divulgado pela
Sobre o diagnóstico, ainda há confusão, pois 52% mencionaram exames de sangue e 28% exames de imagem, mas boa parte não soube apontar nenhum método. A médica alerta também para práticas equivocadas de tratamento. “O que me preocupou muito foram os 14% que citaram chás, 5% que mencionaram suplementos vitamínicos e outros 5% que falaram de fitoterápicos”, disse à Folha. “Há substâncias que podem agredir ainda mais o fígado.”
Para Villela, o tratamento se baseia em mudanças reais de estilo de vida, com foco em alimentação equilibrada, pobre em gorduras saturadas, e prática de atividade física regular. “Ser sedentário é prejudicial não só para o fígado, mas para o coração, ossos e músculos. Atividade física, mesmo mínima, é uma poupança para o futuro”, completa.
Ela enfatiza que o engajamento do paciente e sua compreensão da doença são fundamentais: “É como o diabetes e a hipertensão. O primeiro passo é entender, o segundo é agir”.
* Sob supervisão de Marina Dias